O grande diferencial do projeto de reforma do CONIF – Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica – é o local em que foi inserido. Ele foi idealizado para ocupar, agora com mais força e magnitude, um dos grandes espaços internos do Edifício Oscar Niemeyer.
Situado no coração de Brasília e assinado pelo próprio arquiteto em 1973, o edifício foi erguido de maneira simples e sóbria com placas de concreto pré-fabricadas e soluções de vãos reduzidos. Ao mesmo tempo, a arquitetura moderna é facilmente identificada através da fachada de vidro e da flexibilidade das divisões removíveis.
A intenção do escritório 1:1 arquitetura:design foi trazer pela primeira vez à sede de um conselho político institucional, um projeto arquitetônico rico em design. “A maioria das instituições políticas não tem um vínculo com configurações modernas, por isso foi um desafio fazer uma reforma conceitual para uma entidade dessa natureza. O projeto também é um tributo ao design brasileiro. As peças foram escolhidas com muito cuidado, mesclando materiais rústicos e contemporâneos”, destaca o arquiteto Eduardo Sáinz.
As estruturas do CONIF deveriam ser funcionais, visando a distribuição acessível e inclusiva de todas as salas de trabalho e dos espaços de debate. A sala de videoconferência foi projetada com espaços no nível do solo na primeira fileira, a fim de oferecer lugares às pessoas com necessidades especiais, assim com as salas de reunião.
Uma plataforma elevatória para acessibilidade também foi instalada para ligar o piso inferior ao primeiro pavimento. Além disso, os andares possuem três banheiros cada – dois deles atendendo todos os requisitos das normas para PNE’s. De acordo com Sáinz, a sutileza foi essencial para integrar as duas necessidades do projeto. “Para respeitar a inclusão em todo o CONIF sem que o projeto perdesse o design moderno e autoral atendemos as exigências sem mostrar demais. Integramos os espaços sutilmente”, explica.
O uso de materiais certificados e o aproveitamento da luz natural também foram premissas importantes visando a sustentabilidade do projeto. De acordo com a equipe, adaptar todas as ideias e anseios ao orçamento foi um dos desafios. “O projeto precisou ser enquadrado nas normas de licitação pública padrão para sua posterior execução”, explica Sáinz.
A linguagem brutalista, marcante no projeto de interiores com uso de cimento queimado, concreto ripado e aço corten, foi aplicada com o intuito de relacionar a obra ao edifício que a abriga. “Outro desafio superado foi a reinvenção da identidade corporativa do Conselho, obtida com as referências da arquitetura brasiliense. O design nacional é representado nos materiais expressivos e nas linhas simples que Brasília traz para o mundo”, ressalta o arquiteto, que também usou na obra peças de grandes nomes do design brasileiro como Sergio Rodrigues, Paulo Alves, Jader Almeida e Fernando Mendes.
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