Mais que um símbolo de poder, o prédio da Câmara Legislativa do Distrito Federal, em Brasília, representa uma situação urbana específica. O lote onde está localizado se encaixa em uma das laterais do Eixo Monumental, no Setor de Indústrias Gráficas, próximo à praça do Buriti. Como vizinhos, estão os palácios do Buriti (sede do Executivo local) e da Justiça (que abriga o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), configurando, em âmbito distrital, a Praça dos Três Poderes.
A situação bastante específica exigiu do escritório Projeto Paulista de Arquitetura um projeto dotado O desnível deu um caráter mais privado ao conjunto Luis Mauro Freire de uma lógica urbanística e arquitetônica moderna e simbólica. O arquiteto Luis Mauro Freire explica que a implantação geral foi orientada a partir da criação de duas praças públicas, separadas por um muro diagonal.
Uma, de caráter cívico, é aberta para o Eixo Monumental e apresenta o plenário como uma edificação simbólica; a outra, representa um espaço de encontro e convívio de pessoas durante as atividades cotidianas. Ela é rebaixada, preservada e resguarda-se da linha do horizonte da extensa paisagem da capital. “O desnível deu um caráter mais privado ao conjunto”, complementa Luis Mauro.
A construção está organizada em três diferentes volumes, que expressam os vários conjuntos do programa. O primeiro é um bloco funcional, situado em uma lâmina longa e horizontal, similar à estrutura urbana do entorno. Ele abriga escritórios e gabinetes dos deputados, está volumetricamente relacionado à estrutura urbana do entorno e atua como suporte visual para o plenário, o segundo volume. Menor, semicircular e de caráter emblemático, o plenário encontra-se na cota mais alta da praça de acesso, destacando-se das demais edificações. O terceiro componente é o auditório de formato retangular, capaz de acomodar até 500 pessoas. Para interligar o primeiro bloco ao plenário foi construída uma galeria transparente que viabiliza os acessos público (através da Praça Cívica) e de deputados (pela rua posterior) ao plenário. Já as circulações diferenciadas foram resolvidas em diferentes níveis. Comissões, auditórios e outros volumes secundários estão localizados no nível dos pilotis ou da praça rebaixada. O arquiteto Luis Mauro explica: “eles se relacionam diretamente com o público e os funcionários da Câmara”.
O projeto de implantação da Câmara Legislativa do Distrito Federal foi idealizado no final da Os edifícios se relacionam diretamente com o público e os funcionários da Câmara Luis Mauro Freire década de 1980 por um grupo de jovens arquitetos paulistas – hoje o escritório Projeto Paulista de Arquitetura –, vencedor de um concurso público. Engavetado, para somente 10 anos depois ser viabilizado, o projeto da edificação segue as premissas da arquitetura moderna brasileira e reflete, também, o renascimento dessa escola, hoje consolidada.
A nova proposta preservou a ideia original, apenas atualizando alguns pontos cruciais, como as soluções técnicas, construtivas e os materiais. Também foram revistas as vagas para automóveis inicialmente oferecidas pelo estacionamento localizado no subsolo. Para atender à nova demanda, ele precisou ser redimensionado.
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