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PROJETOS / Saúde

Esqueça a ideia de que hospitais são lugares frios e impessoais. Os conceitos da arquitetura hospitalar vêm mudando nos últimos anos, resultando em ambientes mais confortáveis, aconchegantes e humanizados. O bem-estar dos pacientes, acompanhantes, visitantes e funcionários precisa ser garantido pelo projeto arquitetônico, que inclui a infraestrutura, a iluminação, o tipo de piso e outros revestimentos, a sustentabilidade, entre tantos outros itens.

A construção de unidades hospitalares é bastante complexa, visto o grande número de instalações e a variedade de serviços prestados. Assim, é essencial que o arquiteto responsável pelo projeto entenda profundamente o funcionamento da instituição. Ele também precisa saber em quais salas serão instalados equipamentos grandiosos, pois pilares e vigas terão de ser construídos para suportar o sobrepeso. Além disso, é necessário prever como esses aparelhos serão instalados (qual o tamanho das peças, como chegarão à sala etc.).

É de suma importância também considerar as questões de acessibilidade, de modo a facilitar a circulação de pacientes. Dessa forma, rampas, portas, corredores largos, elevadores amplos e entrada exclusiva para o pronto-socorro devem constar no projeto.

Retina Clinic

Retina Clinic

  • Clínicas
  • SP, SÃO PAULO, Brasil
Ambiente e Aplicações:
Diferenciais técnicos:
Hospital Mater Dei

Hospital Mater Dei

  • Hospitais
  • MG, BELO HORIZONTE, Brasil
Hospital Baía Sul

Hospital Baía Sul

  • Hospitais
  • SC, FLORIANÓPOLIS, Brasil
Diferenciais técnicos:
Materiais predominantes:
Nova UTI A. C. Camargo Câncer Center

Nova UTI A. C. Camargo Câncer Center

  • Hospitais
  • SP, SÃO PAULO, Brasil
Materiais predominantes:
Clínica Corpore

Clínica Corpore

  • Clínicas
  • SP, PIRACICABA, Brasil
Materiais predominantes:
Unimed Grande Florianópolis - Unidade Trindade

Unimed Grande Florianópolis - Unidade Trindade

  • Hospitais
  • SC, FLORIANÓPOLIS, Brasil
Diferenciais técnicos:
Materiais predominantes:

A escolha dos revestimentos

Alguns critérios para a escolha do piso e do revestimento para paredes e tetos de hospitais devem ser seguidos a fim de evitar a proliferação de germes. Os materiais precisam respeitar as regras estabelecidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pelos órgãos de vigilância sanitária estaduais. Materiais fáceis de limpar, não porosos e higiênicos, como as mantas vinílicas, os laminados melamínicos e as resinas com bactericidas, são os mais indicados.

Os pisos precisam ser, acima de tudo, resistentes e duráveis, para evitar a troca frequente, pois reformas afetam a rotina da instituição e incomodam os pacientes. A RDC n° 50/2002, da Anvisa, estabelece que os revestimentos para paredes, tetos e pisos de áreas críticas (salas de cirurgia e parto, UTIs, salas de hemodiálise, laboratórios de análises clínicas, berçários, cozinhas, lavanderias etc.) e semicríticas (enfermarias e ambulatórios) sejam resistentes à lavagem e a desinfetantes e que deixem as superfícies sem ranhuras e frestas. Além disso, o índice de absorção de água dos materiais usados em áreas críticas precisa ser inferior a 4%, assim como o do rejunte das peças (no caso de peças cerâmicas ou similares, é obrigatório que o rejunte contenha aditivos antiabsorventes).

O tipo de piso varia de acordo com a área do hospital, mas os pisos vinílicos são os mais utilizados por serem fáceis de limpar e manter, resistentes ao tráfego intenso e duráveis. São, ainda, compostos de PVC (67% de material reciclável).

Recepção, corredores, enfermaria e consultórios costumam ter piso de granito, porcelanato ou vinílico; rampas e escadas, piso vinílico antiderrapante; berçário e apartamentos, vinílicos acústicos; e salas de cirurgia, anestesia e recuperação, vinílicos condutivos, que apresentam excelente resistência à abrasão.

Projeto luminotécnico

A iluminação é outro item importante na arquitetura hospitalar, pois está diretamente relacionada ao bem-estar dos pacientes e da equipe médica. O objetivo é conseguir um equilíbrio, de forma que os ambientes sejam iluminados, sem superaquecimento ou sensação de cansaço visual ou ofuscamento. Para isso, os parâmetros da Norma n°5413, da ABNT, devem ser respeitados. Ela estabelece, por exemplo, que a iluminação nos quartos seja indireta, já que o paciente fica olhando para o teto; que os espaços ao redor das salas cirúrgicas, que são muito iluminadas, tenham 50% de luminância, para que o olho se acostume; e que a temperatura de cor fique entre 4000 K e 4500 K, para que não provoque nem frio nem calor excessivos. A cor da lâmpada influencia diretamente no conforto dos pacientes e também dos funcionários: a branca azulada provoca irritação e inquietação. Já a amarela acolhe e relaxa.

A iluminação natural também deve ser valorizada nos projetos hospitalares, assim como a possibilidade de janelas/persianas serem abertas para que o paciente veja a paisagem do lado de fora. Se o prédio estiver voltado para o Sul, é possível usar vidros verdes, que possuem baixo índice de reflexão, facilitando a entrada de luz natural. Escadas abertas e elevadores panorâmicos nas áreas de circulação são outros recursos que garantem a integração das áreas internas às externas.

Em centros cirúrgicos, a melhor opção são as luminárias herméticas, que não acumulam poeira e bactérias e, consequentemente, dificultam a contaminação. Para reduzir os gastos com manutenção e com a conta de luz, as lâmpadas ideais são aquelas com alta eficiência e vida útil longa, como as fluorescentes tubulares (T5 com 28 W ou 14 W) com índice de reprodução de cor acima de 90.

Nas demais dependências hospitalares, as lâmpadas mais utilizadas são as dicroicas, as halógenas e as fluorescentes compactas ou tubulares, pois proporcionam mais aconchego e garantem a humanização do espaço.

Descarte de resíduos

Outra questão de extrema importância é o descarte correto dos resíduos sólidos hospitalares, visando impedir contaminações por mercúrio, chumbo, cádmio e cobre, além de bactérias. A separação do lixo orgânico e dos vários tipos de lixo reciclável – assim como a sua retirada do edifício –, deve ser prevista no projeto. A RDC n° 306, da Anvisa, além de classificar o lixo hospitalar em três tipos, determina quais resíduos devem ser descartados, a forma de acondicionamento e o local de descarte.

O consumo de energia elétrica é preocupação recorrente. Para minimizar os gastos com ar-condicionado – o vilão da conta de luz –, é importante valorizar a ventilação natural sempre que possível. Os condicionadores de ar devem seguir as regras estabelecidas pela ABNT NBR 7256.

Saiba mais sobre a complexidade desse tipo de projeto.

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