Para projetar um centro comercial com lojas e design dirigidos à emergente classe C, o escritório de arquitetura Designcorp Internacional procurou desenvolver o Shopping Jardim Guadalupe – localizado no coração de uma área de crescimento no Rio de Janeiro – com excelente custo-benefício e versatilidade para futuras expansões.
De acordo com Jeremy McMullin, presidente do escritório, foram necessárias estratégias criativas para que o caráter pré-fabricado do projeto não ficasse evidente. “A estrutura e a fachada são feitas com elementos pré-fabricados. Um padrão horizontal de faixas foi usado para suavizar as divisões entre painéis de fachada e criar um visual completamente personalizado. Esses elementos também trazem uma escala humana para a fachada e conectam visualmente as entradas. Foi dada ênfase na área das entradas, onde o consumidor tem um contato maior com a arquitetura”, destaca.
O interior do Shopping chama a atenção pelas cores ousadas aplicadas em linhas retas, que formam uma geometria ortogonal inovadora. Esse formato ajudou na redução de custos do projeto, na conexão com o público e na viabilização de um centro interessante e dinâmico. “Utilizamos formas irregulares e cores saturadas para criar uma energia dinâmica e melhorar a identificação com as pessoas. Esta linguagem de arquitetura derivou-se da mídia digital e da unidade visual do ‘pixel’ para representar a ideia de vários elementos se unindo e criando uma entidade coesa e dinâmica”, explica McMullin.
Para criar a praça de alimentação, o projeto inseriu cores brilhantes no teto inclinado visando à composição de ambientes de descontração. Com essa inclinação, uma série de níveis foi inserida e acomodada à cobertura. “Adicionamos um painel gráfico facilmente construído para introduzir cor e dinamismo de forma bastante eficiente”, diz. Também foram instaladas claraboias com uso de componentes padrão e placas de gesso suspensas que seguem o mesmo formato geométrico. “Sob as claraboias inserimos placas de acrílico para criar uma condição de luz difusa e para enfatizar o conceito de pixels”, completa.
McMullin destaca o uso abundante de aço, que foi aplicado em praticamente toda estrutura e cobertura do Shopping. “Também utilizamos alumínio em todos os caixilhos de entrada e em todos os caixilhos das iluminações zenitais, gesso no forro com desenhos e cores destacados pela iluminação; e concreto, tanto na estrutura do empreendimento – em concreto pré-fabricado – quanto na fachada geral. No piso aplicamos placas de cimento vibro-prensado”, enfatiza.
Logo no estacionamento, o empreendimento recebeu soluções importantes para controle da poluição. Vagas preferenciais para veículos de baixo consumo de combustível e emissão de poluentes e um bicicletário estimulam a consciência das pessoas.
McMullin explica que a construção também se destacou pela preocupação com a economia. “10% de todo o material utilizado na construção do empreendimento é de origem sustentável, como materiais com conteúdo reciclado, para minimizar a energia agregada e o esgotamento dos recursos. 30% deles são regionais, ou seja, fabricados ou extraídos em um raio de 800 quilômetros da obra. 50% dos materiais têm madeira como matéria-prima e os produtos utilizados são certificados de acordo com os princípios e critérios do Forest Stewardship Council (FSC)”, destaca.
Além disso, sistemas de descargas, mictórios e ar-condicionado foram adaptados para reduzir o consumo de água potável; e o sistema hidráulico é composto por bacias sanitárias e outros mecanismos dotados de dispositivos economizadores.
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