O Espaço Anhembi – novo pavilhão de eventos – nasce inserido em um contexto privilegiado: de um lado tem o Parque Anhembi, projetado pelo arquiteto Jorge Wilheim nos anos 1960, e dentro deste parque, avizinha-se também o sambódromo, de autoria de Oscar Niemeyer, no início da década de 1990. “Por tudo isso, procuramos atender o programa exigido em absoluto silêncio, pois a vozes do contexto são suficientemente eloquentes”, reflete o arquiteto Danilo Terra, do escritório Terra e Tuma Arquitetos Associados.
Procuramos atender o programa exigido em absoluto silêncio, pois a vozes do contexto são suficientemente eloquentesDanilo Terra O espaço tem capacidade para receber até 3.200 pessoas e integra o maior complexo de eventos da cidade de São Paulo. Danilo explica que dois fatores principais vocacionam o edifício a tornar-se um suporte, com infraestrutura para múltiplos acontecimentos. “Primeiro trata-se de um equipamento público, cujo principal gestor é a SPTuris – Empresa de Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo –, uma instituição que responde à prefeitura da cidade de São Paulo. Segundo, a construção se destina à locação para inúmeras empresas e instituições, com diversos fins”, expõe.
A partir daí, era necessário erguer uma obra sem personificação ou referência a qualquer tipo de instituição. “Quisemos deixar claro que ele é público”, arremata o arquiteto.
Dentro do contexto, projetou-se um ‘suporte’, um espaço adequadamente abrigado e agradável, provido de toda infraestrutura necessária para atender a múltiplos usos, com o maior espaço locável livre possível.
Por se tratar de uma empresa público-privada que tem como principal recurso a locação de espaço para eventos, a flexibilidade de uso e a eficiência da área técnica/suporte compõem a essência do programa.
Soma-se a isso a exigência de um prazo curto para conclusão da obra, que acabou influenciando na escolha de materiais e métodos construtivos.
Para atender a demanda por rapidez, utilizou-se o sistema construtivo misto, de concreto (lajes) e metal (pilares e vigas). A estrutura metálica e os brises de alumínio também proporcionaram limpeza à obra.
O partido é composto por duas torres de apoio e vão livre central, cuja estrutura metálica, as alvenarias e o stell frame/drywall permitiram maior rapidez e agilidade.
Desenvolvido em três níveis – térreo, palco e superior – o acesso principal é feito pela avenida Olavo Fontoura e toda a circulação vertical acontece junto às torres de apoio, com acessos técnicos e de serviços independentes.
No decorrer da obra, os engenheiros se depararam com algumas interferências como as antigas Quisemos deixar claro que o edifício é públicoDanilo Terra fundações existentes e as redes de água e eletricidade não cadastradas. “Principalmente as paralisações decorrentes de eventos de grande porte no Sambódromo, como o Carnaval e a Fórmula Indy, que dificultaram o andamento da obra. Tivemos, inclusive, de retirar tapumes e parte do canteiro”, expõe o engenheiro Sérgio Lazzarini, da SP Turismo.
Outra dificuldade relatada foi manter a perfeita integração entre a nova edificação e a grande parede curva, parte integrante do conjunto arquitetônico da Arquibancada Monumental, no centro do Sambódromo.
Em contrapartida, a necessidade de acelerar e simplificar a execução da obra, para atender os eventos que continuaram acontecendo, levou à adoção de soluções especiais como a estrutura metálica e as paredes cimentícias.
Os espaços amplos – que permitem variadas alternativas de cenografia na montagem de eventos – e as largas escadas frontais de acesso ao piso superior, perfeitamente integradas, deram ainda maior grandiosidade à parede existente. “Conseguimos, assim, cumprir de forma harmoniosa a integração do novo edifício ao conjunto arquitetônico existente”, conclui Sérgio.
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