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Unifesp - Baixada Santista

Unifesp - Baixada Santista
Plano Diretor desenvolvido pelo escritório IDOM amplia e qualifica os espaços da universidade, aproveitando edifícios que são de propriedade da instituição. Imagens: Divulgação/ IDOM
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Universidade reorganizada

Texto: Thais Matuzaki

Em 2014, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estabeleceu um Plano Diretor que abrangia, sobretudo, a reestruturação do campus localizado na Baixada Santista. Dada a largada para a concorrência, o escritório IDOM conquistou os clientes com a proposta de ampliar os espaços, aproveitando edificações que são de propriedade da instituição. Além das intervenções de maior escala, os projetos arquitetônicos deveriam oferecer áreas adequadas aos diferentes usos.

Segundo Pedro Paes Lira, coordenador geral de Planejamento e Arquitetura da IDOM no Brasil, o primeiro passo para o desenvolvimento do Plano Diretor de Infraestrutura da Unifesp (PDInfra) do campus da Baixada Santista foi realizar um diagnóstico geral. Esse estudo avaliou os edifícios existentes em relação ao uso, fluxo, quantidade de usuários, qualidade dos espaços e propriedade, já que a universidade tem atividades em vários prédios, inclusive alugados.

O prédio Docas abriga salas de aula, laboratórios, biblioteca e auditório, que não demandam espaços tão amplosFoto: Divulgação/IDOM

Um dos terrenos da Unifesp ficava na rua Silva Jardim, no bairro de Vila Mathias, em Santos (SP). Ali, de acordo com Lira, a universidade pretendia fazer um projeto maior, desapropriando o lote vizinho. “Porém, o Governo Federal não obteve recursos suficientes”, explica o arquiteto. Na rua de trás, localizava-se o antigo Colégio Docas, cujo terreno fora cedido à Unifesp pela Prefeitura de Santos. Trata-se de um edifício preservado, que seria utilizado apenas futuramente pela universidade. No entanto, as circunstâncias levaram os projetistas a aproveitá-lo no curto prazo. Dessa maneira, o programa mais imediato – área esportiva, biblioteca, salas de aula, laboratórios e auditórios – foi dividido entre esses dois núcleos: a Unidade Silva Jardim, que ficou com os equipamentos esportivos, e a Unidade Docas, que abriga os demais espaços.

Usos específicos

O núcleo Silva Jardim possui uma base semienterrada, que abriga piscinas para diferentes atividades, como nado e fisioterapia. O andar de acesso desse prédio é livre e ocupado apenas por uma faixa longínqua definida pela pista de atletismo, que segue coberta até atingir a parte de fora do edifício e se abrir para a calçada. “Isso gera uma relação interessante com a cidade”, afirma Lira. A partir do térreo, é possível acessar os pisos superiores – onde estão os laboratórios para atividades corporais – através de escadas e rampas. Já nos últimos pavimentos são dispostas áreas de ginástica, musculação e quadra poliesportiva. Por essas características, o bloco dedica-se ao curso de educação física e fisioterapia.

À esquerda [de quem entra no campus] estão a biblioteca central e a área administrativa (bloco menor), enquanto à direita o auditório e o teatro (bloco maior), que podem ser frequentados pela população em caso de seminários, por exemplo Pedro Paes Lira

A Unidade Docas, por sua vez, atende à demanda por salas de aula, laboratórios, biblioteca e auditório. De acordo com Lira, o objetivo era oferecer a edificação histórica não apenas à faculdade, mas também para a sociedade. Foram criados dois volumes retangulares conectados por passarelas, que deixam o térreo livre. “À esquerda [de quem entra no campus] estão a biblioteca central e a área administrativa (bloco menor), enquanto à direita o auditório e o teatro (bloco maior), que podem ser frequentados pela população em caso de seminários, por exemplo”, descreve Lira.

Nos andares superiores da Unidade Docas, se revelam outras diferenças entre os dois conjuntos. A fachada do bloco menor é marcado por uma série de rampas conectando os pavimentos. Assim, atendem a umas das exigências mais importantes do cliente: acessibilidade em todos os andares. Isso porque o edifício será ocupado pelo curso de fisioterapia e, por isso, receberá pessoas com necessidades especiais de locomoção. Além disso, a solução evita o uso contínuo dos elevadores, e consequentemente reduz gastos com a manutenção. No bloco maior, o primeiro pavimento possui um amplo espaço de convívio para os alunos, com as salas de aula e os laboratórios localizados logo acima.

Materiais

Como informa Lira, foram sugeridos materiais de acordo com a orientação de cada uma das fachadas. Na Unidade Silva Jardim, a fachada – que também possui aberturas amplas e pontuais – foi proposta com revestimento de placas cimentícia e metálica, para criar uma segunda pele de proteção térmica. Seus vazios favorecem a ventilação cruzada, mas pedem atenção especial quanto ao controle da incidência de luz natural direta para não prejudicar as atividades esportivas. Na cobertura da quadra, por exemplo, a IDOM propôs uma abertura com policarbonato celular, que cria essa caixa de luz mais moderada.

Já no conjunto Docas, a ideia era oferecer uma transparência maior, mas também de maneira controlada. A fim de proteger as salas de aula e os laboratórios, a IDOM sugeriu brises nas fachadas com maior incidência solar – as demais dispensavam essa proteção. O outro bloco, que abriga a biblioteca, também possui grandes aberturas. “Elas são controladas por uma chapa metálica – quase contínua –, que resguarda os espaços de estudo e os livros da luminosidade”, expõe Lira. A área de circulação apresenta brises mais finos, que a protegem da chuva.

 

Escritório

  • Local: SP, Brasil
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