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Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI

Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI
Espaços abertos e contemplativos – dentro e fora da universidade – caracterizam o projeto da Unifei, que estimula o saber de forma integradora. Imagens: Casa Digital
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Arquitetura da convivência

Texto: Tais Mello

O projeto da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), campus de Itabira (MG), é baseado na mesma O emprego do aço utilizado na estrutura atua como um elemento viabilizador dessa pedagogia revolucionária, cujas propostas e intervenções convidam o frequentador a atuar e participar da preservação em todos os seus aspectos, além de tornar cada espaço um local de aprendizagem Gustavo Penna filosofia praticada na instituição, que é referência acadêmica e tecnológica e defende a ideia de sustentabilidade. Para criá-lo, o arquiteto Gustavo Penna, do escritório Gustavo Penna Arquiteto e Associados, considerou desde os bens e produtos da terra até as qualidades espaciais do lugar, como topografia, árvores, paisagem existente, nascentes e lagos.

“O trabalho do arquiteto é uma escuta direta; não ouço apenas a pessoa interessada diretamente no trabalho, mas a cidade, a história da arquitetura brasileira, o contexto. Leio a natureza e o clima, e tudo isso é traduzido no projeto”, reflete Gustavo. Baseada nesta filosofia, a edificação ostenta coberturas que viabilizam o encontro das pessoas e a integração entre os diversos pátios.

Sistema de ensino x Arquitetura

Em uma área para 10 mil alunos, cujo sistema de ensino é o PBL – Problem Based Learning –, baseado na discussão dos problemas nos quais cada aluno se depara, o professor torna-se um tutor. “O emprego do aço utilizado na estrutura atua como um elemento viabilizador dessa pedagogia revolucionária, cujas propostas e intervenções convidam o frequentador a atuar e participar da preservação em todos os seus aspectos, além de tornar cada espaço um local de aprendizagem”, explica Gustavo. A informalidade característica do sistema pedagógico PBL reflete-se no partido arquitetônico. Sem limites determinados, o edifício e suas partes proporcionam unidade e harmonia, organizados de forma a criar um centro de convergência que reforça a ideia de um espaço de encontros. Em vez de salas de aula formais, os prédios oferecem ambientes amplos e dinâmicos, promovendo a integração de alunos, professores e da comunidade. O pátio interno, coberto e descoberto, interliga as unidades. Já o edifício Plataforma Cultural – com teatro, biblioteca, espaços de convivência e serviços e administração da Universidade – determinam as diferentes escalas de integração do complexo. Um marco no campus, ele se localiza na área central, visível a partir de qualquer ponto do terreno.

A construção de um terminal intermodal facilita a utilização do transporte público e restringe o acesso de veículos particulares ao interior do campus Ilustração: Casa Digital

Vazios contemplativos

Os diferentes usos do edifício são separados por vazios ajardinados com iluminação e O trabalho do arquiteto é uma escuta direta; não ouço apenas a pessoa interessada diretamente no trabalho, mas a cidade, a história da arquitetura brasileira, o contexto. Leio a natureza e o clima, e tudo isso é traduzido no projeto Gustavo Penna ventilação naturais. “A volumetria permite que o vento a atravesse”, comenta Gustavo. A razão de o arquiteto optar por um projeto com prédios modulados está no melhor controle de custos e na facilidade de ampliação futura, com a construção de novos blocos. Nas áreas de circulação, em vez de corredores retos, estreitos e infinitos, reinam percursos totalmente orgânicos, quebrados, sempre terminando com o enquadramento da natureza. Gustavo Penna explica que o percurso inédito gera um lugar extremamente rico, múltiplo, em que a apropriação do espaço, se dá de uma maneira não programada. “Seja interno ou externo, o próprio percurso já é um passeio, pois nunca está fechado e sempre proporciona uma entrada de luz diferente.”

Infraestrutura integradora

Com qualidade excepcional a infraestrutura do campus prioriza a integração com a natureza e o relacionamento social. Os equipamentos foram usados como instrumentos de socialização e da vida comunitária, dando identidade ao lugar e potencializando a apropriação dos espaços. Um exemplo disso são os pátios de convivência, que estimulam encontros e ainda possibilitam a visualização de todo o campus. Atento ao quesito sustentabilidade, o arquiteto Gustavo Penna buscou para a construção a melhor insolação e a posição ideal em relação ao vento e às curvas de nível. “Esse cuidado assegura o mínimo de impacto e valoriza as qualidades do lugar, além de garantir a locação de um sistema que ocasiona o mínimo de movimento de terra sobre o terreno natural”, declara. Nos espaços livres de construção, as áreas de encosta natural foram preservadas. Adaptados à topografia – duas concavidades, uma maior e outra menor –, os prédios apresentam circulações segmentadas, criando duas centralidades. A primeira, são as dos dois blocos de aprendizado; a segunda, ligada ao prédio principal, de convivência. Do outro lado, o lago media as construções. Dentro do complexo, o lago ganhou destaque, podendo ser contemplado a partir da instituição e de seu entorno, o que gera um pacto de corresponsabilidade. Cultura, lazer e integração com a natureza são elementos priorizados ao longo do terreno por meio de trilhas educacionais, teatro, biblioteca, restaurantes e centro esportivo. Tudo utilizado por alunos e comunidade local.

Transporte público e prefeitura

A construção de um terminal intermodal facilita a utilização do transporte público, restringe o acesso Seja interno ou externo, o próprio percurso já é um passeio, pois nunca está fechado e sempre proporciona uma entrada de luz diferente Gustavo Penna de veículos particulares ao interior do campus e estimula a mobilidade sustentável dos visitantes por meio de faixas exclusivas a pedestres, bicicletas e por vias de baixa velocidade. A intenção é incentivar passeios a pé e a contemplação. Com a função de oferecer suporte ao campus, a prefeitura está próxima a um dos acessos e funciona como centro de logística e distribuição de insumos e equipamentos, além de concentrar os serviços de manutenção predial. A localização estratégica reduz o tráfego de veículos pesados dentro do complexo.

Esporte e tecnologia

Ginásio coberto, centro aquático e quadras descobertas integram o centro esportivo, com acesso facilitado pela localização próxima a uma das portarias do campus. Planejada para grandes eventos esportivos, a estrutura oferece vestiários, sala de imprensa, atendimento médico e estar para atletas. Há, também, uma academia com salas de musculação, exercícios e salas de aula, prontas para serem utilizadas pelos alunos. Já o parque tecnológico ocupa três blocos e abriga incubadoras de empresas que promovem o contato entre alunos, pesquisadores e o mercado. O acesso é facilitado pelo estacionamento junto ao edifício.

Escritório

  • Local: MG, Brasil
  • Início do projeto: 2011
  • Conclusão da obra: 2013
  • Área construída: 95.000 m²

Ficha Técnica

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