O projeto arquitetônico da reforma do Picoworking, de autoria do escritório Estúdio Teçá, foi concebido com o ideal de fazer um espaço versátil, que comportasse estações de trabalho compartilhado, mas que pudesse, também, abrigar eventos variados.
Localizado no bairro de Pinheiros, em São Paulo, o imóvel é uma casa térrea, datada em 1940, escolhida com cuidado pelo cliente. A propriedade resistiu ao mercado imobiliário dos grandes edifícios residenciais: cercada por prédios altos e contemporâneos, a antiga edificação ajuda a contar a história arquitetônica da região.
“Nossa proposta foi baseada em uma intervenção criteriosa, que buscou conservar a volumetria e as infraestruturas hidráulicas, com demolições pontuais. Mas assumimos a necessidade de expressar o novo uso e, consequentemente, seu novo papel na vizinhança”, conta o arquiteto Ronielle Laurentino.
A casa já tinha sofrido algumas alterações importantes, como a instalação de uma laje pré-fabricada e da cobertura com um telhado de fibrocimento.
Sua volumetria se caracteriza por uma estrutura principal e uma edícula, compondo, assim, duas alas. Na área frontal, havia um recuo generoso, enquanto uma de suas laterais era menor que a outra. A porta de acesso à casa ficava no centro de uma das laterais do volume principal e conduzia diretamente à sala de estar.
Uma vez dentro da casa, à esquerda ficavam os dormitórios e uma suíte com janela para a rua e, à direita, um grande banheiro e cozinha e sala de jantar integradas.
“Tivemos de alterar a entrada, deixando-a mais próxima à rua, e usar a proporção favorável da sala de estar, transformando-a na sala principal de trabalho compartilhado”, comenta Laurentino.
Com a entrada do Picoworking passada para a frente da edificação, o escritório criou uma recepção com um banheiro e, em seguida, uma sala privativa.
A edícula também mudou e agora conta com: uma sala privativa, sala de reunião para oito pessoas e um banheiro, que foi mantido. Um recuo frontal foi criado para ser uma pequena praça para uso semipúblico: trata-se de uma maneira de o coworking se inserir no contexto local, mostrando-se amigável com a vizinhança. O espaço também serve para eventos em geral, como feiras, coquetéis, festas, entre outros.
Foram inseridos, ainda, bancos de concreto, que ficam ao fundo, encostados na parede, e têm um pequeno rasgo que serve como floreira e dá continuidade ao jardim vertical.
“Buscamos elementos que atendessem bem às funções e que trouxessem a estética necessária para o conjunto. Desenhamos, por exemplo, o caixilho de ferro, substituindo as janelas de madeira de ar bucólico”, relata.
Foram criadas, também, aberturas mais amplas, de modo a garantir maior conforto térmico e uma iluminação eficiente.
Na praça exterior de circulação privada, a iluminação também foi importante para dar o caráter desejado ao ambiente. Uma fresta na parte inferior abriga luminárias, colaborando assim para a iluminação noturna e constituindo um elemento essencial para a estética e sucesso funcional do espaço.
No estar próximo à cozinha, um designer foi convidado para criar uma luminária aranha em cobre, que agregou muito ao bem-estar e à percepção do ambiente.
Toda a marcenaria do Picoworking também foi pensada pelo escritório, do balcão da recepção às mesas de trabalho. Os arquitetos prezaram pela beleza de um desenho limpo, funcional e de fácil execução.
“Pensamos na arquitetura como parte indissociável da marca”, observa Laurentino, finalizando: “O projeto foi liderado por nós, mas foi um trabalho em equipe. A qualidade individual e o envolvimento do cliente e da equipe de obra foram as chaves para uma arquitetura singela, mas que busca emocionar em sua simplicidade”.
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