No prédio de mais de 70 anos, no Centro de São Paulo, a arquiteta Betty Birger realizou um projeto de retrofit nos andares da presidência e diretoria. Na reforma estrutural ficaram para trás não só os velhos materiais, revestimentos e o layout, mas a forma de os funcionários se relacionarem no escritório. Desde a primeira reunião com o presidente da empresa, ficou claro o interesse em quebrar vários paradigmas. O primeiro deles era a adoção da transparência máxima no ambiente de trabalho Betty Birger No lugar surgiu um ambiente onde a integração predomina. “Desde a primeira reunião com o presidente da empresa, ficou claro o interesse em quebrar vários paradigmas. O primeiro deles era a adoção da transparência máxima no ambiente de trabalho”, conta a profissional. A ausência de salas fechadas e de divisórias tradicionais levou à projeção de um espaço aberto, fluido e integrado visualmente. As únicas paredes internas encontram-se exclusivamente na lateral, próximas às mesas dos diretores. O resto é vidro, permitindo a permeabilidade visual. “É um reflexo do estilo da atual administração”, completa a arquiteta.
Sem recepção – há apenas a do térreo do edifício –, o acesso é feito por uma sala de espera aberta, sutilmente delimitada por paredes de brises translúcidos iluminados por LED. O ambiente multifuncional oferece poltronas confortáveis e também pode ser usado para reuniões informais. Os pilares existentes foram transformados em pórticos, emoldurando o acesso principal às salas. Incorporados à decoração, eles dão origem a nichos no corredor, usados para acomodar jardineiras de inox, e têm revestimentos ora na cor branca, ora de madeira carvalho americano.
A parte central do escritório apresenta um layout simétrico e abriga todas as secretárias do pavimento. Os móveis desenhados especialmente para este projeto, pelo escritório Betty Birger Arquitetura & Design, fogem da disposição tradicional, com mesas lado a lado. Em vez disso, cada funcionária está posicionada em direção contrária à outra. As mesas, desalinhadas entre si e com maior distanciamento, criam movimento no layout e proporcionam privacidade. O núcleo dispõe de flexibilidade no espaço projetado para, futuramente, acomodar mais ou menos pessoas, dependendo do aumento ou diminuição do quadro empresarial.
Nas laterais, próximas às janelas, ficam as salas de diretoria e presidência, com mobiliário personalizado para atender as necessidades do dia a dia. Betty revela: “Desenhamos mesas gotas que, mesmo sendo antigas, funcionam muito bem nessa estrutura. Para modernizá-las, investimos em um design maravilhoso”. O Grupo possui uma sala de reunião grande, inteiramente transparente, porém munida de telas solares com blackout. Acionadas na parte interna da sala, elas abaixam e, além de oferecerem a privacidade necessária, funcionam como tela para projeção.
Os ambientes são muito marcados pela presença do vidro. E a diferenciação dos espaços acontece por meio dos acabamentos. Nas salas dos diretores, o piso com carpete modular e o forro modular proporcionam conforto acústico e privacidade. Na circulação, o piso de madeira e o forro colmeia com plataformas de gesso delimitam a locação das secretárias.
São materiais de qualidade, que favorecem a acústica e o conforto. Instalados para durar, são uma opção para toda a vida Betty BirgerAlém da separação dos ambientes, a escolha pela madeira carvalho no piso de acesso justifica-se pela qualidade de manutenção. “São materiais de qualidade, que favorecem a acústica e o conforto. Instalados para durar, são uma opção para toda a vida”.
As plataformas de gesso flutuantes localizadas acima das mesas das secretárias acomodam luminárias lineares com LED e difusores embutidas. Nos outros pontos iluminados – forro colmeia e sala dos diretores – foram utilizados LEDs, que contribuem para a eficiência energética do espaço.
Para instalar o ar condicionado central, a arquiteta esbarrou em um obstáculo: o pé-direito baixo. “Só conseguimos um bom resultado porque rebaixamos o forro”, finaliza.
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