O arquiteto contemporâneo Gui Mattos juntou o clima descontraído do bairro da Vila Madalena, em São Paulo, com a ousadia da incorporadora Idea!Zarvos para dar vida ao seu recente projeto arquitetônico, o Edifício Comercial UNE, que ainda conta com a comunicação visual desenvolvida pelo arquiteto João Nitsche, do escritório Nitsche Arquitetos Associados.
Localizado na esquina da Rua Natingui, n° 862, o prédio foi concluído em 2016 e implantou um novo estilo: trazer lofts para o ambiente de trabalho. Os espaços com pé-direito duplo e áreas de 60 m² a 315 m² permitem configurações do tamanho e estilo desejados.
Essa praça externa é para a cidade. Tem até lugar para o food truck estacionar Gui Mattos
A intensão também foi humanizar a estrutura com muito vidro, um belo paisagismo e o mínimo de elementos que interferissem na vista do entorno.
O terreno em declive de 3.817 m² surge no nível da rua e se inclina para baixo, como se formasse um subsolo natural.
No térreo, o arquiteto explica que foram usados pilotis para construir uma praça frontal, cujo uso é livre para quem transita pela rua. “Essa praça externa é para a cidade. Tem até lugar para o food truck estacionar”, conta.
Idea!Zarvos — Especial Construtoras e Incorporadoras |
A fachada do UNE é formada por grandes empenas de volumes amarelos, que funcionam como jardins laterais do prédio, deixando as plantas aparentes e protegendo o andar de baixo, como se fossem brises. “A cada mês que passo por lá, tem mais verde, e eu fico feliz”, comemora Mattos.
O uso da cor amarela trouxe vibração e “mais vida” ao edifício, assim como o átrio central, que é interligado por passarelas nos andares ímpares e responsável pela circulação vertical dos elevadores.
“O átrio serve como uma conexão entre os usuários, o térreo e as atividades comuns, já que passamos boa parte do nosso tempo no escritório”, enfatiza.
O programa interno do UNE tem uma formalidade simples. Duas lâminas principais paralelas são conectadas por dois blocos. Ao todo, são 99 unidades lofts, que foram bem distribuídas em 19.397 m² de área construída.
A fluidez entre a garagem e o térreo se dá por uma escada no meio de um generoso jardim, o que valoriza o percurso. Já no próprio prédio, os visitantes entram por um hall com pé-direito alto, embelezado pela vegetação e por outra grande escada.
O visitante passa, então, por uma catraca para ter acesso à área comum, onde ficam uma academia de ginástica, uma sala extensa sala de reunião – que pode ser locada por um usuário do prédio – e um espaço onde acontecem atividades voltadas para o público.
É um mix entre concreto, metal e placas pré-moldadas. A ideia foi montar um grande lego Gui Mattos
O intuito foi desenvolver um sistema prático, fácil de montar e construir, resultando, assim, em uma estrutura ortogonal.
As unidades são os únicos espaços que não têm forro. As circulações comuns têm um forro pré-moldado metálico, assim como o térreo – nesse caso, a infraestrutura é aparente para conferir uma atmosfera fabril ao espaço.
As placas que fecham o perímetro do prédio são de concreto pré-moldado, enquanto todos os mezaninos são metálicos e conectados aos principais pilares, estes também de concreto. As passarelas, por sua vez, também são de metal. “É um mix entre concreto, metal e placas pré-moldadas. A ideia foi montar um grande lego”, conclui Mattos.
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