Com 404 metros quadrados, a Casa das Empenas, em Maringá (PR), tem em sua cobertura um dos pontos altos do projeto arquitetônico. Pensada como um espaço de permanência e contemplação, ela oferece a seus moradores a possibilidade de entrar em contato com os fenômenos da natureza e com vistas espetaculares do pôr do sol e de um bucólico vale do entorno.
Outro destaque da morada é a presença de uma raia de 20 metros, que atravessa o lote longitudinalmente, permeando toda a residência e integrando-se aos ambientes sociais.
“A casa é absolutamente comprometida com o nosso tempo, e, visivelmente, uma expressão da arquitetura contemporânea”, descrevem os arquitetos do escritório Verri & Galvão, responsáveis pelo projeto.
Basicamente todos os ambientes do pavimento térreo são integrados física e visualmente. Nesse contexto, a escada desenhada ao lado do jardim exerce papel fundamental. Tendo a transparência como elemento de vedação, ela encaminha para o pavimento superior e organiza duas alas: de um lado, a frontal, com a biblioteca que se relaciona com o vazio, e de outro, na porção posterior e mais reservada, os dormitórios.
Os espaços foram organizados em um lote de 16 x 25 metros, que apresentava aclive de 2 metros. Com dois pavimentos, a edificação tem formato em ‘U’ e conta com um pátio central, que é ladeado pela extensa piscina.
No nível do chão, há o acesso principal, o abrigo de veículos e os espaços de convivência – um mais fechado, com TV e sala de música, e outro aberto, com espaço para encontros nas refeições.
No andar de cima, ficam os dormitórios e a biblioteca, além da varanda suspensa e aberta, com acesso à cobertura, voltada para o vale e para o pôr do sol.
A casa se desenvolveu em estrutura de concreto armado aparente moldado in loco, nos seus pilares, vigas e lajes.
Basicamente, as fachadas são de concreto armado e tijolo de barro. A frontal apresenta um equilíbrio de composição na aplicação do concreto e dos tijolos e no desenho de vazios, que revelam os acessos à cobertura. Ainda que se visualize tais vazios, a casa confere privacidade aos moradores, com apenas uma janela lateral que ilumina a biblioteca.
As fachadas laterais renderam o título à casa: são empenas de concreto armado, emoldurando a unidade na paisagem. “Vale ressaltar que as fachadas são uma consequência direta da construção e não uma aplicação posterior”, comentam os arquitetos.
Outro diferencial da Casa da Empenas é a aplicação de materiais naturais, cujas texturas e aparências revelam exatamente as suas naturezas. Destaque para a pedra ardósia preta usada como revestimento de piso e o assoalho de madeira Cumaru.
Além das soluções que propiciaram ventilação eficiente e grande entrada de luz natural, a Casa das Empenas recebeu uma cobertura jardim que contribui com o isolamento térmico frente às oscilações de frio e calor e é acessada facilmente para manutenção e contemplação da paisagem.
O projeto conta também com a coleta e o reaproveitamento de águas pluviais e com um sistema de aquecimento solar.
No paisagismo, o projeto destacou o Jasmim-manga no pátio central da casa e, forrando a sua base, grama preta e seixos. “O Jasmim é, por si só, uma espécie escultórica, com conformações distintas ao longo do ano (galhos, folhas e cachos exuberantes de flores)”, descrevem os profissionais do Verri & Galvão. Por fim, uma Falsa-vinha trepadeira recobre os muros laterais e posterior.
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