A primeira impressão que a Residência Barão transmite é de uma morada repleta de luz e frescor. Essa sensação se confirma graças às grandes aberturas e esquadrias que integram os dois blocos da casa ao generoso quintal. O projeto elaborado pelo arquiteto Vasco Lopes também traz conforto e um design marcante com materiais naturais mantidos em estado bruto, como aço, concreto e madeira.
Construída em um terreno de 726 m², em Campinas (SP), a antiga casa encontrava-se muito descaracterizada, tendo em vista as inúmeras reformas pelas quais passou em seus mais de 30 anos de idade. Lopes determinou, então, que seria importante dar personalidade à edificação, agregando-lhe uma linguagem arquitetônica única.
O passo inicial para a reforma foi a demolição de algumas paredes tanto do volume principal quanto do anexo. O objetivo era integrar os ambientes sociais entre si e também em relação ao jardim que mantém em destaque a árvore sibipiruna, bem como outras plantas tropicais e vasos de cerâmica colorida. Ainda nessa área externa, destaca-se o piso de mosaico português com formato de círculos que viram pisadas no gramado.
Todas as aberturas da Residência Barão se abrem para esse cenário. No bloco principal, cozinha, sala de jantar e sala de estar voltam-se para lá e se desenrolam numa linha contínua, sem qualquer divisão, a não ser pelo limite que define a parte íntima da casa. À frente dali, o anexo segue posicionado da mesma maneira, com a biblioteca e a varanda gourmet abrançando o jardim. Posteriormente aparece o terraço a céu aberto que dá para a área da piscina – a quatro degraus abaixo do lote.
Para aumentar o diálogo desses espaços com o pátio externo, os vãos dos caixilhos também foram ampliados, sendo subtituídas todas as esquadrias de ferro e alumínio por madeira cumaru com amplos panos de vidro.
Outros elementos marcam o projeto, como os reforços estruturais devidamente executados após a retirada das paredes. “Feitos em vigas e pilares de aço, eles foram mantidos aparentes e, em seguida, pintados de marrom”, descreve Lopes.
Para as fachadas, o arquiteto optou por revesti-las de massa com leve textura e pintura. Em contraste, surgem as lajes de concreto aparente que configuram os beirais da casa e acabam protegendo os caixilhos e as áreas internas. Esse mesmo material ainda aparece nas divisórias internas e na entrada, porém, na forma de cobogós.
Como comenta Lopes, esses elementos vazados e os ladrilhos hidráulicos (aplicados na cozinha e varanda gourmet) têm formas triangulares e diagonais que conferem um ar despojado à Residência Barão. No projeto de iluminação, por exemplo, conduítes e suportes aparentes, trilhos e luminárias pendentes dão toques industriais ao projeto.
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