Texto: Naíza Ximenes
Descrito como um desafio singular, o projeto da Casa Manacá, em São Paulo, tem uma proposta diferente dos trabalhos que o escritório VAGA Arquitetura costuma realizar. Habituados a envolver os clientes nos projetos residenciais para garantir um toque de personalidade, os arquitetos apostaram, aqui, no processo contrário.
Os clientes da Casa Manacá eram, na verdade, incorporadores que cederam dois lotes de um condomínio em Cesário Lange, interior de São Paulo, para a obra. Eles pediram aos arquitetos que criassem uma residência para atuar como um showroom, ilustrando o potencial de construção do local. É uma casa projetada sem um cliente específico, exigindo um cuidadoso equilíbrio entre funcionalidade e apelo estético para atrair uma ampla gama de potenciais compradores.
Mais do que uma residência, este projeto deveria ser uma representação do estilo de vida desejado pelos futuros moradores do condomínio. Assim, os arquitetos tiveram que desenvolver todo o trabalho com foco em custos acessíveis, bem como no esmero técnico, garantindo grandiosidade e qualidade à morada.
O resultado foi uma casa com cinco suítes, espaços sociais integrados, áreas de lazer robustas e uma preocupação constante com a relação entre espaços internos e externos.
Situada em uma esquina privilegiada do condomínio, a Casa Manacá aproveita ao máximo sua posição elevada e orientação favorável para proporcionar vistas deslumbrantes e proteção contra o calor excessivo.
“Nós tivemos que fazer um exercício constante de nos colocarmos no lugar de um potencial comprador. Ao mesmo tempo, era inevitável que nós imprimíssemos nossas preferências no projeto”, conta o arquiteto Pedro Domingues.
Os profissionais relatam que havia uma relação generosa com a vista e uma grande preocupação com a relação entre os futuros moradores e seus vizinhos, o que fez com que a equipe fizesse um projeto que garantisse a privacidade interna.
Em termos de materiais, a preferência era por elementos neutros e naturais. A casa ganhou chão de pedra Goiás; as paredes, inicialmente brancas, ganharam tons mais terrosos, para tornar os ambientes mais aconchegantes; e os resíduos de materiais foram otimizados para que os custos fossem reduzidos, mas sem comprometer a qualidade.
Com arquitetura contemporânea, a casa tem volumes puros e linhas simples que são suavizadas por revestimentos cuidadosamente selecionados. As texturas naturais e a integração com o paisagismo ainda contribuem para uma sensação de conforto e bem-estar.
“O que mais me agrada nessa casa é a sua planta”, conta o arquiteto Pedro Faria. “Ela tem uma distribuição dos ambientes muito funcional. Esse corredor na área privativa faz uma intersecção gradual para a área de lazer, que permite uma grande integração com a cozinha, mas sem deixar de ser reservada. A solução de cobertura com essa calha é outra coisa que me agrada muito, já que ela faz a distribuição das instalações também. Eu vejo como algo muito eficiente, como um partido no projeto capaz de abrigar todas as instalações de ar-condicionado, de caixa d’água, de placas fotovoltaicas... toda essa distribuição de sistemas ainda conecta a área de lazer com a área privativa”, explica.
A sensação de estar constantemente conectado com a natureza e a privacidade proporcionada pela localização estratégica são pontos destacados que enriquecem a experiência de vida na Casa Manacá.
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