O conceito da Traveland Viagens e Turismo guiou o seu novo projeto arquitetônico, assinado pelo escritório Dante Della Manna. De modo a evidenciar a identidade da empresa em todos os ambientes, foram inseridos diversos itens que remetem a viagens, como luminárias de globo terrestre, fotos de vistas inesquecíveis e, sobretudo, um projeto de comunicação visual extremamente detalhista.
Como o espaço era composto por pequenos conjuntos comerciais, tivemos que demolir todas as paredes para unificá-lo Antonio Mantovani e Ana Carolina MoraesAlém disso, os clientes definiram uma nova forma de trabalhar, na qual a equipe deveria ser um conjunto, sem individualidades. Por conta disso, o novo layout da agência é completamente aberto e descontraído. No coração do espaço, os staffs de trabalho envolvem uma área central ainda mais despojada, que permite a interação dos colaboradores e também pode ser usada para reuniões informais.
Segundo os arquitetos Antonio Mantovani e Ana Carolina Moraes, o antigo escritório da Traveland Viagens e Turismo, localizado no bairro paulistano do Brooklin, não possuía grandes áreas de convívio. “Lá, as pessoas de cada departamento ficavam separadas por salas”, contam. Ao se mudarem para o 14º andar de um edifício de um bairro próximo, a Vila Olímpia, foi necessário adequar o lugar às necessidades da empresa. “Como o espaço era composto por pequenos conjuntos comerciais, tivemos que demolir todas as paredes para unificá-lo”, informam os profissionais, acrescentando que não ocorreram alterações estruturais.
Para favorecer a integração entre os usuários, a ideia para o layout era simples: as pessoas não teriam lugares fixos, mas coletivos. Por isso, há espinhas bem divididas e com diferentes números de posições em sua composição. Por exemplo, a área central possui cadeiras, banquetas, pufes e outros nichos que podem acomodar duas ou mais pessoas.
Nas palavras de Mantovani e Moraes, o projeto da Traveland Viagens e Turismo é colorido, harmônico e exibe itens importantes no que diz respeito ao ato de viajar. O maior destaque é o conjunto de globos terrestres – instalado no teto de uma sala de reunião –, que são utilizados como luminárias. São 100 peças penduradas junto a algumas lâmpadas que, ao serem posicionadas de maneira camuflada, deixam apenas os globos em evidência.
Para os arquitetos, uma das maiores dificuldades foi desenvolver uma estrutura de fixação diante de uma laje aparente. “Não podíamos correr o risco de deixar os fios à mostra, então a solução foi prendê-los em uma chapa metálica, cortada e dobrada”, descrevem.
A “viagem” continua nos outros ambientes. Na área do café, por exemplo, a iluminação feita em neon tem o desenho do mapa metroviário da cidade de São Paulo, enquanto nas salas de reuniões pequenas, os painéis retráteis – revestidos em fórmica – foram instalados com ilustrações de highlines feitas à mão. “Os desenhos são de lugares escolhidos pela Traveland. Em cada divisória de vidro, estão marcadas a latitude e a longitude reais dos lugares, com um ponto de destaque para cada localização”, detalham, ainda, os arquitetos.
Além disso, há um mapa de cortiça, no qual os funcionários podem “pinar” os destinos que estão sendo e/ou já foram trabalhados, e também um grande quadro em marcenaria que remete ao painel de chegadas e partidas dos aeroportos.
Outro item de relevância é um totem instalado no meio da área colaborativa, onde há diversos destinos marcados, bem como a indicação de localização e a distância a partir daquele exato ponto da planta.
Os detalhes do projeto de comunicação visual da Traveland Viagens e Turismo também chamam a atenção, como os diversos carimbos de passaportes reproduzidos por toda a laje da área de trabalho e do corredor. Alguns caixotes de madeira também recebem carimbos de “frágil”.
Já na área do café, a ideia foi criar a ambientação de uma estação de trem. Para isso, os arquitetos escolheram um azulejo usado nas estações antigas de Londres e Paris, assim como um letreiro onde se lê a palavra alemã Wanderlust. “O termo significa ‘incessante vontade de viajar’ e foi escrito de uma forma que remete à grafia das estações de trem”, explicam Mantovani e Moraes.
O projeto de paisagismo foge do óbvio. Nele, há plantas (kokedama) penduradas por fios de naylon, bags ecológicas usadas como vasos e uma pequena horta nos terraços, além de vasos com suculentas nas áreas de reuniões.
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