Na esquina da Avenida Rondon Pacheco, uma das principais e mais movimentadas de Uberlândia (MG), encontra-se um edifício cuja arquitetura é de parar o trânsito. O impacto surge de uma pele metálica feita de chapas perfuradas que reveste as fachadas e que, na parte frontal, estampa uma imagem digitalizada do mapa-múndi. Além de representar esteticamente o universo da agência de viagens Trade Turismo, a fachada foi pensada pelos escritórios Aguirre Arquitetura e Studio Porto Arquitetura para resolver inúmeras dificuldades da construção existente.
Segundo Alexandre Aguirre, arquiteto titular do escritório que leva seu sobrenome, o projeto de reforma da agência possui um design criativo, que está em sintonia com a identidade visual da empresa. Mais do que isso. A composição conseguiu valorizar e unir as premissas bases da arquitetura: estética e função.
A forte incidência de sol nas fachadas leste, norte e oeste, os intensos ruídos da avenida, assim como o alto consumo de energia elétrica e de ar-condicionado eram algumas dos obstáculos do projeto da Trade Turismo. Aguirre conta que, por se tratar de uma reforma, era importante conceber uma arquitetura que solucionasse essas questões. “Por isso, optamos por duas fachadas. A primeira de vidro e a segunda com as chapas perfuradas. Dessa forma, criamos uma barreira acústica e térmica”, explica.
De acordo com o arquiteto, a ideia era fazer o público perceber instantaneamente qual o negócio da empresa. Então, por meio de uma linguagem arquitetônica particular, a agência de viagens tornou-se um marco para a cidade de Uberlândia.
Isso se concretiza em função do que Aguirre chama de esqueleto metálico. Essa estrutura é fixada a 20 cm da fachada existente, para que sejam colocadas as chapas perfuradas. Os furos em formato circular marcam completamente as faces do edifício, enquanto na parte frontal a união deles forma a imagem do mapa-múndi. “A partir desse elemento, estabelecemos um design minimalista e personalizado à agência”, define o profissional, acrescentando que “o material é resistente, e por ser cortado com precisão e em larga escala, contribui para diminuir o tempo de execução da obra”.
Durante o dia, a projeção da malha metálica produz um efeito tridimensional nos ambientes internos, que por sua vez são banhados pela iluminação natural. Isso é suficiente para diminuir o consumo de energia elétrica, por exemplo. À noite, a luz artificial passa por entre as perfurações da chapa, reproduzindo um efeito de cubo iluminado, que destaca o desenho do mapa-múndi digitalizado.
Como informa Aguirre, a segunda fachada também permite maior conforto térmico, ao filtrar a incidência direta dos raios solares.
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