Logo Construmarket
Banner

Arena Fonte Nova

Arena Fonte Nova
Do antigo estádio Octávio Mangabeira sobrou apenas o inusitado formato de ferradura. A nova arena traz o desafio de oferecer uma moderna e democrática estrutura metálica de dez andares cujo foco é o conforto e a acessibilidade. Imagens: Claas Schulitz, Marc Duwe e Roger Dipold
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova
Arena Fonte Nova

Reconstrução em aço

Texto: Tais Mello

Do antigo estádio Octávio Mangabeira – inaugurado em 1951, com projeto do arquiteto Diógenes Rebouças – foram preservados apenas o inusitado formato de ferradura e a abertura para o dique de Tororó, no lado sul, que contribui para uma melhor ventilação interna. A partir daí, desenvolve-se um projeto de reconstrução, no qual todo o anel superior foi substituído, restabelecendo a segurança da arena. O anel inferior, no lado leste, tem a estrutura reforçada; e o lado oeste é reedificado, para abrigar as áreas VIP destinadas a jogadores e à imprensa. De forma sustentável, os resíduos da demolição do antigo estádio foram 100% reutilizados na Agora, todos os espectadores estão dentro da distância máxima permitida, e 47% destes, dentro do raio de 90 m, espaçamento ideal de acordo com o caderno da FIFA Marc Duwe construção da Arena ou em obras de infraestrutura. São dez andares com foco na acessibilidade, onde o acesso poderá ser feito por escadas, rampas e elevadores, atendendo, inclusive, a deficientes.

Melhor estrutura e visibilidade

A melhoria de todas as instalações, desenvolvida pela parceria entre os arquitetos do Tetra Projetos e o escritório alemão Schulitz Architektur + Technologie, e projeto estrutural da empresa paulista Setepla Tecnometal, transformou o antigo estádio no Itaipava Arena Fonte Nova. A atual edificação tem capacidade para 50 mil espectadores em três níveis de assentos 100% cobertos, 70 camarotes e cerca de 2,5 mil vagas de estacionamento distribuídas em quatro níveis. Durante a Copa 2014, a imprensa ocupará 2.069 assentos; e, após o evento, 304. O terreno de aproximados 116 mil m² destina 90 mil m² à arena multiuso e ao edifício-garagem. Para otimizar as condições de visibilidade, o arquiteto Marc Duwe explica que foi necessário eliminar a pista de atletismo. “Isso gerou alterações de geometria. Agora, todos os espectadores estão dentro da distância máxima permitida, e 47% destes, dentro do raio de 90 m, espaçamento ideal de acordo com o caderno da FIFA”.

Nova identidade

A reconstrução mudou totalmente a aparência da Arena. Agora, a fachada exibe nova cobertura projetada em estrutura metálica leve e baseada no sistema de lona tensionada, com membrana do tipo PTFE (politetrafluoretileno), que mantém a visão do entorno do estádio e o ‘skyline’ atual. Outra tecnologia utilizada são os brises metálicos, escolhidos por causa do clima quente da capital baiana. Inicialmente, as análises de materiais apontavam para o uso de tubos de acrílico, “mas eles foram descartados, pois, sendo transparentes, não apresentavam proteção eficiente contra o sol, além do custo ser elevado”, expõe Marc Duwe. Os brises de alumínio são compostos por lâminas com cerca de 10 x 0,80 m – o tamanho varia devido à inclinação dos pilares –, com espessura entre 7 e 10 cm, e revestem 9.740 m² da fachada. Para oferecer melhor proteção contra a incidência solar, os brises apresentam cinco ângulos de fixação: 88, 79, 70, 61 e 52 com a vertical, de acordo com sua posição na fachada. Nas faces leste e oeste, eles foram instalados com ângulos menores, que protegem o interior dos raios solares mais inclinados. Nos lados norte e sul, prevalecem os maiores, pois a incidência da luz solar é mais vertical. Os brises e a estrutura tensionada que cobrem a arquibancada são ancorados por pilares em concreto aparente.

Para aumentar a capacidade do estádio algumas arquibancadas são desmontáveis, abrindo espaço para a montagem de palcos e apresentações musicais ou cultos religiosos Foto: Claas Schulitz, Marc Duwe e Roger Dipold

Estrutura e acessibilidade

O projeto foi concebido com base no Caderno de Encargos da FIFA, o ‘Football Stadiums Technical Recommendatios and Requirements da FIFA’, que atende a requisitos mínimos de um jogo de quartas de final. O estádio deve ter instalações internas como estacionamentos VIP, vestiários, zona mista, salão de eventos, camarotes, CCR e tribuna de imprensa.

Dos dez níveis, quatro têm áreas dedicadas a estacionamento interno com diversos acessos que O hall está localizado no quarto nível, que leva a escadas e elevadores, interligando verticalmente todos os pavimentos. Isso torna o estádio acessível a deficientes físicos, de acordo com a norma NBR 0950 e orientação da FIFA Marc Duwe interligam a vestiários, setor VIP e de imprensa, restaurante e arquibancadas. No terceiro pavimento, a abertura nas arquibancadas no lado sul oferece acesso ao restaurante e às arquibancadas inferiores. Para aumentar a capacidade do estádio, esse espaço poderá acomodar arquibancadas desmontáveis ou estruturas de palcos para apresentações musicais ou cultos religiosos. Os novos usos da estrutura trarão, consequentemente, novas possibilidades de renda.

O hall está localizado no quarto nível, que leva a escadas e elevadores, interligando verticalmente todos os pavimentos. “Isso torna o estádio acessível a deficientes físicos, de acordo com a norma NBR 0950 e orientação da FIFA”, explica o arquiteto Marc. O salão de eventos – ‘business lounge’, situado no pavimento cinco – possui um terraço com acesso direto à tribuna de honra (VIP) na arquibancada do anel intermediário. No lado norte, o centro cultural tem entrada independente com elevadores e escadas, e ainda pode funcionar nos dias em que não há jogos.

Área de imprensa

Seguindo as orientações da Fifa, a área de imprensa fica no lado oeste, nível oito, livre do ofuscamento do sol poente. O salão tem capacidade para até 800 lugares com mesa, mais 800 posições sem mesa e 200 para comentaristas, desmontando as cadeiras normais de público e montando as mesas. Ele está equipado com recepção, mesas e área de alimentação, além de acessos exclusivos.

O pavimento acima é totalmente destinado às instalações técnicas como passagem de cabos, dutos, tubulação e instalação, maquinário de ventilação, ar-condicionado, entre outros, além das salas de controle (CCR). No nível 10 acontece a circulação para o anel superior de arquibancada, estão localizados os estúdios de TV para a transmissão dos jogos e respectivos sanitários, acessados por um elevador exclusivo para a imprensa.

Escritório

  • Local: BA, Brasil
  • Início do projeto: 2010
  • Conclusão da obra: 2013
  • Área do terreno: 116.073 m²
  • Área construída: 120.257 m²

Ficha Técnica

Veja outros projetos relacionados