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Estar Móveis

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Uma nova estrutura metálica auxiliar, composta de formas hexagonais e aberturas com fechamento de vidro, toma a fachada lembrando uma colmeia. Ela funciona como uma pele protetora e, mesmo de longe, destaca-se ora de maneira opaca, ora translúcida. Imagens: Maíra Acayaba
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Estética inusitada

Texto: Tais Mello

Os mais de 60 anos de tradição da loja Estar Móveis no mercado foram traduzidos pelas mãos do jovem escritório SuperLimão Studio e estão impressos desde a fachada do empreendimento, localizado na alameda Gabriel Monteiro da Silva, em São Paulo, até o seu interior. A inusitada proposta arquitetônica externa expõe uma estrutura metálica auxiliar composta de formas hexagonais que lembra uma colmeia, utilizada ora de maneira opaca, ora translúcida.

Era preciso trazer para a loja a contemporaneidade da coleção e uma nova linguagem estética impressa tanto nos produtos quanto na arquitetura. Para isso, analisamos a situação: tínhamos como necessidade a exposição dos produtos e estávamos diante de uma edificação de esquina, recuada atrás de uma praça em formato curvo Thiago Rodrigues

Além de trazer movimento à fachada, a mistura de ângulos retos e curvos dá origem a diversas aberturas de vários tamanhos. Elas apenas insinuam ou mostram explicitamente o interior – a exemplo da vitrine principal.

“Era preciso trazer para a loja a contemporaneidade da coleção e uma nova linguagem estética impressa tanto nos produtos quanto na arquitetura. Para isso, analisamos a situação: tínhamos como necessidade a exposição dos produtos e estávamos diante de uma edificação de esquina, recuada atrás de uma praça em formato curvo”, relembra Thiago Rodrigues, um dos arquitetos titulares do escritório.

Design lembra colmeia

Anteriormente, o imóvel era adaptado a outro inquilino e contava com dez aberturas na fachada utilizadas como pequenas vitrines. Thiago conta que, ao fazer alguns estudos de visibilidade, os arquitetos concluíram precisar de uma abertura maior para expor peças maiores, mas também havia um outro problema: “Nem todas as vitrines ofereciam boa visibilidade para a rua. Queríamos uma frente acessível tanto para os pedestres quanto para quem passava de carro”.

Eles optaram por unir quatro dessas aberturas com a retirada de um pilar e uma viga, criando uma abertura generosa. “Para não perdermos as outras fendas secundárias, a segunda pele na fachada também as deixa visíveis. Trata-se de uma solução explorada como expositor. E isso é o que mais me agrada no projeto”, revela Thiago.

Ao adotar a forma que lembra uma colmeia no revestimento da fachada, os arquitetos atribuíram nova volumetria à construção. “Era necessária uma forma modular que quebrasse a sequência de aberturas na fachada. A hexagonal possibilitou trabalhar desenhos orgânicos, descaracterizando a frente anterior e suavizando a curvatura existente”, relata Thiago.

Para manter a iluminação natural vinda de certas aberturas localizadas por trás do desenho do novo revestimento, eles substituíram algumas das placas de ACM por chapas metálicas perfuradas. “As chapas permitem melhor transparência e conferem iluminação natural interna”, informam os arquitetos.

O forro de gesso original foi removido e a altura do pé-direito, ampliada para 3 metros Foto: Maíra Acayaba

Construção econômica

A reforma não mudou apenas a fachada. No interior do edifício, o forro de gesso original foi removido e a altura do pé-direito, ampliada para 3 metros. As vigas existentes serviram como suporte para a nova iluminação ao serem adaptadas ao novo uso, com economia e flexibilidade para diferentes layouts.

Para não perdermos as outras fendas secundárias, a segunda pele na fachada também as deixa visíveis. Trata-se de uma solução explorada como expositor. E isso é o que mais me agrada no projeto Thiago Rodrigues

“Expusemos o sistema estrutural misto adotado na construção do imóvel. Com isso, a estrutura metálica destaca-se por meio da iluminação indireta feita com fitas de LED”, explica Thiago Rodrigues. Projetores de alumínio, desenvolvidos especialmente para o projeto, ganharam acabamento natural e mostram a fiação revestida de tecido.

No pavimento térreo, todo o piso exibe o cimento polimérico, enquanto no pavimento superior o mármore travertino bruto foi mantido, de forma econômica. “Desenhos feitos com as juntas de dilatação acompanham as projeções das vigas metálicas que correm pelo teto. Uma criação nossa”, conta.

Reforços estruturais

Alguns reforços estruturais feitos em perfis metálicos já existiam. Eles compunham o sistema com pilares e vigas de concreto. Na fachada original do imóvel, dez aberturas de caixilhos fixos funcionavam como vitrines. “Escoramos a velha estrutura e removemos um pilar e uma viga para unir quatro dessas aberturas, criando uma vitrine maior e mais chamativa. O novo pórtico metálico foi recebido por uma nova fundação”, explica Thiago.

Para integrar a loja à praça da área externa, os arquitetos apostaram no vidro. Eles também aproveitaram a estrutura pré-existente, ao descascar as paredes, deixando os tijolos visíveis, o que valoriza ainda mais as vigas aparentes.

Fechamentos com vidro

Nos jardins internos, prevalece o sistema de fechamento utilizado em sacadas, cujos vidros pivotam e recolhem para um dos lados. A vantagem é poder ter o vão inteiro aberto e, mesmo quando fechado, os vidros não oferecem interferência.

No primeiro pavimento, uma abertura existente na laje exibe fechamento de piso com vidro, que amplia a área de exposição dos móveis, mas mantém a permeabilidade da iluminação zenital até o pavimento térreo.

A inusitada proposta arquitetônica influenciou diretamente o artista plástico Felipe Morozini, que assina a direção criativa dos objetos, mobiliário e arte da loja Foto: Maíra Acayaba

Porta contêiner

Dentro da Estar Móveis, no piso superior, o acesso pelo jardim interno é feito por uma porta metálica de contêiner marítimo, ideal porque preserva a estanqueidade do fechamento e cria uma abertura generosa. A porta tem a função específica de deixar passar peças de grande volume impedidas de serem transportadas pelo vão da escada.

Era necessária uma forma modular que quebrasse a sequência de aberturas na fachada. A hexagonal possibilitou trabalhar desenhos orgânicos, descaracterizando a frente anterior e suavizando a curvatura existente Thiago Rodrigues

Nesse mesmo pavimento, a alvenaria das paredes descascadas expõe a estrutura, usada para fixar a iluminação. O conjunto de soluções criativas oferece flexibilidade para expor os produtos na loja.

Peças de design

A inusitada proposta arquitetônica influenciou diretamente o artista plástico Felipe Morozini, que assina a direção criativa dos objetos, mobiliário e arte da loja. Morozini propôs ambientes bem-humorados, longe de serem identificados como showroom. Humanizados, os espaços são despretensiosos, resgatam a história, têm um toque de nostalgia e, o mais importante: dão aos visitantes a sensação de estar em casa.

O curador promoveu uma acurada seleção de produtos de artistas, fotógrafos e designers brasileiros. Também entraram em sua lista peças customizadas exclusivas. Entre os nomes escolhidos para figurar no espaço estão Maurício Arruda, Paulo Alves, Jader Almeida, Marcelo Ligieri, Renata Moura, Alisson Louback, Valdomiro Favoretto, Nazareno, Debby Gram, MVAT, Tadeu Paisan, Paola Abiko, Simone Giovanella, Studio B, Estudio Bola, entre outros.

 

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2013
  • Conclusão da obra: 2013
  • Área do terreno: 250 m²
  • Área construída: 260 m²

Ficha Técnica

Fornecedores desta obra

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