Texto: Naíza Ximenes
No bairro da Barra Funda, em São Paulo, o escritório de arquitetura Superlimão projetou a nova sede do escritório de engenharia de uma construtora com quem já tinha trabalhado anteriormente. Também responsável do projeto da primeira sede, a equipe de arquitetos atendeu ao pedido da empresa para conceber o novo espaço — desta vez, refletindo uma fase mais madura e robusta da companhia.
O novo espaço deveria ser flexível, com fluxos de circulação claros, acomodação suficiente para os 120 colaboradores e adaptação para uma rotina híbrida (presencial e remota). Também deveria ter um estúdio para gravação de podcasts e um espaço para palestras e eventos internos (que ganhou uma arquibancada em marcenaria), além dos tradicionais ambientes corporativos, como salas de reunião de diferentes formatos e dimensões, locais para ligações rápidas e áreas amplas para estações de trabalho.
Programa de necessidades definido, os arquitetos partiram para os estudos da laje corporativa de 900 metros quadrados. O intuito era garantir que a iluminação natural e as vistas fossem maximizadas em todo o projeto, resultando em um ambiente de trabalho mais agradável e eficiente em termos energéticos.
A disposição estratégica das circulações no perímetro do pavimento — garantindo uma bela vista do Pico do Jaraguá — e áreas de menor permanência (lounges, booths e copa) nas faces com maior incidência solar contribuiu para reduzir o consumo de energia e melhorar o conforto das equipes.
Nos ambientes onde a iluminação artificial faz-se necessária independentemente do momento do dia, a escolha foi privilegiar o conforto e aconchego ao usar fontes quente e indiretas de luz.
“Outro objetivo da arquitetura foi tornar o escritório uma espécie de portfólio da construtora”, explica a equipe do Superlimão. “Para isso, nós buscamos inspirações nos canteiros de obra, incorporando na arquitetura materiais corriqueiros da construção civil, como tijolos, concreto e malhas metálicas”, complementa.
Esses elementos foram utilizados de forma inovadora para criar não apenas um ambiente esteticamente atraente, mas também funcional. “A ideia foi dar protagonismo a elementos que, em geral, ficam escondidos sob revestimentos ou acabamentos”, explicam os arquitetos.
O tijolo ecológico, por exemplo, foi aplicado de forma rotacionada, com rolhas de cortiça para melhorar a acústica, enquanto a tela metálica pop foi utilizada no forro para criar um efeito visual único. O concreto, por sua vez, que normalmente constitui a estrutura de edifícios, foi empregado nos balcões de trabalho e na recepção.
Outro elemento importante do projeto, o paisagismo foi empregado como um contraponto aos materiais construtivos, preenchendo o ambiente com elementos naturais e filtrando a luz natural. Cachepots ao longo do perímetro e um "túnel" de floreiras no corredor das salas de reunião não apenas adicionam beleza ao espaço, como também contribuem para o conforto e o bem-estar dos ocupantes.
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