“A nossa missão no projeto da Escola FDE foi criar um lugar para as crianças, que contribuísse para o universo da imaginação”, conta o arquiteto e autor do projeto, Angelo Bucci, do escritório SPBR Arquitetos. Localizado em São Paulo, o terreno do projeto conta com relevo acentuado, característico da área onde a escola está implantada, e oferece vista panorâmica do bairro, principalmente na vertente oposta do vale. A extensa área é marcada pelo verde da mata de preservação que predomina nas cotas mais altas.
Para executar o projeto, o arquiteto conta que houve a necessidade de conciliar os diferentes níveis do terreno e das ruas, por isso sugeriu a adoção de uma nova topografia com três platôs em diferentes alturas. “A área mais alta marca o acesso dos estudantes em igualdade com o pátio coberto. A área intermediária leva à administração. Por fim, entre os dois, em um platô artificialmente rebaixado, encontra-se a quadra poliesportiva que serve aos estudantes nos horários de aula e à cidade nos finais de semana”, explica.
As salas de aula foram dispostas em um único nível elevado, com galerias de acesso perimetrais próximas às fachadas leste e oeste, que descortinam a paisagem circundante e revelam os espaços internos da escola.
“As galerias atravessam toda a extensão do terreno horizontal sobre variações de escala que marcam os três platôs perto do chão. Sobre a quadra poliesportiva foram acomodadas a escadaria, a praça de acesso às aulas e as passarelas metálicas atirantadas na estrutura de aço da cobertura. Esse último acesso representa o prolongamento das galerias das salas de aula. As duas fachadas longitudinais e as galerias são protegidas por painéis que atenuam a incidência do sol e da chuva”, relata Angelo.
O vazio do platô inferior é o espaço de comunicação entre a escola e a comunidade. “A partir do vazio, das passarelas que o atravessam e do ponto de vista que se abre para a paisagem, os meninos poderão se situar no mundo”, finaliza.
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