Áreas verdes e muito conforto ambiental ladeiam a nova sede da Marisol e da Rosa Chá, que abriga Criamos uma praça de, aproximadamente, 210 metros, de uso público, equipada com bancos e jardins e sem a interferência de muros, grades ou outro elemento usual na arquitetura. Trata-se de uma privilegiada área de descompressão, um pulmão, para adentrar ao edifício que tem, também, uma proposta educacional Luiz Fernando Rocco uma mescla entre laboratório de criação, ateliê e showroom da confecção, localizada no bairro da Vila Olímpia, em São Paulo. Implantado em um terreno de 1.500 m² com 30 m de frente e 60 m de profundidade, o projeto comandado pelo escritório Rocco Vidal P+W levou em consideração o comportamento atual dos clientes, que exigem, dia a dia, exclusividade, orientação, inovação e excelência no atendimento. Pensando em tudo isso, os arquitetos e sócios Luiz Fernando Rocco e Fernando Vidal partiram de uma preocupação urbana recorrente – a falta de espaços públicos agradáveis e verdes – e inovaram ao aproveitar um recuo frontal de dois metros de largura na fachada principal, além do recuo legal exigido pela prefeitura. “Criamos nesta faixa uma praça de, aproximadamente, 210 metros, de uso público, equipada com bancos e jardins e sem a interferência de muros, grades ou outro elemento usual na arquitetura. Trata-se de uma privilegiada área de descompressão, um pulmão, para adentrar ao edifício que tem, também, uma proposta educacional”, refletem os profissionais.
Desenho purista, volumetria retilínea e materiais aplicados em grandes superfícies são complementados por uma fachada cega, com altura de dois pés-direitos. “Empregamos uma grande viga vagonada, com 30 metros de comprimento e 3,50 de altura. Ela foi revestida com placas cimentícias e massa texturizada”, informa Luiz Fernando Rocco. A fachada divide-se em duas faixas horizontais: a do pavimento superior, com treliça metálica, e a do andar térreo, com fechamento contínuo de madeira, recuada em relação ao bloco de cima. Para vencer o vão total do terreno foi construída uma enorme ponte, monolítica, cinza e suspensa do chão. No fechamento inferior, o painel vertical de madeira tem 30 metros de extensão e 2,65 metros de altura. Ele contribui para a fachada cega ao impedir a visualização das entradas do edifício. Luiz Fernando explica que houve a intenção de despertar uma surpresa nos usuários, revelando aos poucos o que os aguarda internamente. O desenho proposto desperta a curiosidade nos transeuntes quando o estúdio está fechado, e mesmo quando está aberto, pois o interior é revelado de forma sutil, sem se expor completamente. Já no painel superior, encontra-se gravado o logotipo da Marisol em baixo relevo – uma representação da solidez e tradição da empresa. A saída arquitetônica respeita a legislação municipal e elimina a necessidade de backlight, faixas e totens na fachada do edifício.
Antes existia no local uma edificação de estrutura mista de metal e concreto, reflexo de antigas reformas. Como o edifício possuía muita personalidade, o novo projeto ressaltou algumas das soluções existentes e adaptou o layout. O interior surpreende tanto quanto o paisagismo da fachada principal. Logo na portaria, um café recepciona; a luz natural e o verde brotam do pátio interno e dos jardins e invadem o interior; e para arrematar a lista de surpresas, em vez de um tradicional corredor para circular nas dependências, os arquitetos investiram em passarelas externas que circundam o prédio.
A construção disposta no terreno na transversal possui quatro pavimentos, além do subsolo de Desde o início, houve o cuidado de ter no projeto inovação, qualidade de vida e bem-estar. São premissas desse negócio Fernando Vidal serviços com 800 m². Nele estão distribuídos o estacionamento, os vestiários para funcionários, a copa e os depósitos, que servem de apoio logístico à estrutura do estúdio. O térreo é tomado por grande jardim e, sobre ele, foram implantadas varandas laterais de circulação. Abertas e feitas com piso de madeira, elas contrastam sutilmente com a fachada contígua e mostram-se totalmente integradas ao paisagismo. Recepção com pé-direito triplo, Rosa Café (integrado ao jardim interno), quatro salas de reuniões, espaços de espera, sala multiuso para 40 pessoas e sanitários completam o pavimento. Cerca de 50 pessoas dividem o escritório/estúdio no primeiro pavimento. A atmosfera do lugar denuncia um ambiente caseiro, com estações de trabalho lineares, sala de criação, diretoria e a sala vip concebida como uma sala de estar e jantar de uma residência, com áreas de lavabo e copa. O segundo pavimento traz uma grande sala de eventos com área externa, e o terceiro concentra o setor de vendas aos representantes e parceiros da Marisol. Imponente, ele exibe pé-direito de 4 metros de altura, telhado e forro de duas águas.
Para distribuir o fluxo de pessoas, um eixo principal localiza-se ao longo do jardim interno, proporcionando um agradável passeio entre os departamentos. Sobre a laje do estacionamento, um jardim suspenso demonstra uma das grandes preocupações da Marisol: “Desde o início, houve o cuidado de ter no projeto inovação, qualidade de vida e bem-estar. Estas são premissas desse negócio”, explica Fernando Vidal. O eixo – pensado como um deque de praia de uma marina – repete-se entre todos os andares. Para diminuir e agilizar problemas que geralmente surgem durante o processo de produção, existe uma edícula nos fundos do terreno, equipada e planejada para ser uma oficina de peças conceituais, com ligação direta entre criadores e criações.
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