Do antigo estádio Octávio Mangabeira – inaugurado em 1951, com projeto do arquiteto Diógenes Rebouças – foram preservados apenas o inusitado formato de ferradura e a abertura para o dique de Tororó, no lado sul, que contribui para uma melhor ventilação interna. A partir daí, desenvolve-se um projeto de reconstrução, no qual todo o anel superior foi substituído, restabelecendo a segurança da arena. O anel inferior, no lado leste, tem a estrutura reforçada; e o lado oeste é reedificado, para abrigar as áreas VIP destinadas a jogadores e à imprensa. De forma sustentável, os resíduos da demolição do antigo estádio foram 100% reutilizados na Agora, todos os espectadores estão dentro da distância máxima permitida, e 47% destes, dentro do raio de 90 m, espaçamento ideal de acordo com o caderno da FIFA Marc Duwe construção da Arena ou em obras de infraestrutura. São dez andares com foco na acessibilidade, onde o acesso poderá ser feito por escadas, rampas e elevadores, atendendo, inclusive, a deficientes.
A melhoria de todas as instalações, desenvolvida pela parceria entre os arquitetos do Tetra Projetos e o escritório alemão Schulitz Architektur + Technologie, e projeto estrutural da empresa paulista Setepla Tecnometal, transformou o antigo estádio no Itaipava Arena Fonte Nova. A atual edificação tem capacidade para 50 mil espectadores em três níveis de assentos 100% cobertos, 70 camarotes e cerca de 2,5 mil vagas de estacionamento distribuídas em quatro níveis. Durante a Copa 2014, a imprensa ocupará 2.069 assentos; e, após o evento, 304. O terreno de aproximados 116 mil m² destina 90 mil m² à arena multiuso e ao edifício-garagem. Para otimizar as condições de visibilidade, o arquiteto Marc Duwe explica que foi necessário eliminar a pista de atletismo. “Isso gerou alterações de geometria. Agora, todos os espectadores estão dentro da distância máxima permitida, e 47% destes, dentro do raio de 90 m, espaçamento ideal de acordo com o caderno da FIFA”.
A reconstrução mudou totalmente a aparência da Arena. Agora, a fachada exibe nova cobertura projetada em estrutura metálica leve e baseada no sistema de lona tensionada, com membrana do tipo PTFE (politetrafluoretileno), que mantém a visão do entorno do estádio e o ‘skyline’ atual. Outra tecnologia utilizada são os brises metálicos, escolhidos por causa do clima quente da capital baiana. Inicialmente, as análises de materiais apontavam para o uso de tubos de acrílico, “mas eles foram descartados, pois, sendo transparentes, não apresentavam proteção eficiente contra o sol, além do custo ser elevado”, expõe Marc Duwe. Os brises de alumínio são compostos por lâminas com cerca de 10 x 0,80 m – o tamanho varia devido à inclinação dos pilares –, com espessura entre 7 e 10 cm, e revestem 9.740 m² da fachada. Para oferecer melhor proteção contra a incidência solar, os brises apresentam cinco ângulos de fixação: 88, 79, 70, 61 e 52 com a vertical, de acordo com sua posição na fachada. Nas faces leste e oeste, eles foram instalados com ângulos menores, que protegem o interior dos raios solares mais inclinados. Nos lados norte e sul, prevalecem os maiores, pois a incidência da luz solar é mais vertical. Os brises e a estrutura tensionada que cobrem a arquibancada são ancorados por pilares em concreto aparente.
O projeto foi concebido com base no Caderno de Encargos da FIFA, o ‘Football Stadiums Technical Recommendatios and Requirements da FIFA’, que atende a requisitos mínimos de um jogo de quartas de final. O estádio deve ter instalações internas como estacionamentos VIP, vestiários, zona mista, salão de eventos, camarotes, CCR e tribuna de imprensa.
Dos dez níveis, quatro têm áreas dedicadas a estacionamento interno com diversos acessos que O hall está localizado no quarto nível, que leva a escadas e elevadores, interligando verticalmente todos os pavimentos. Isso torna o estádio acessível a deficientes físicos, de acordo com a norma NBR 0950 e orientação da FIFA Marc Duwe interligam a vestiários, setor VIP e de imprensa, restaurante e arquibancadas. No terceiro pavimento, a abertura nas arquibancadas no lado sul oferece acesso ao restaurante e às arquibancadas inferiores. Para aumentar a capacidade do estádio, esse espaço poderá acomodar arquibancadas desmontáveis ou estruturas de palcos para apresentações musicais ou cultos religiosos. Os novos usos da estrutura trarão, consequentemente, novas possibilidades de renda.
O hall está localizado no quarto nível, que leva a escadas e elevadores, interligando verticalmente todos os pavimentos. “Isso torna o estádio acessível a deficientes físicos, de acordo com a norma NBR 0950 e orientação da FIFA”, explica o arquiteto Marc. O salão de eventos – ‘business lounge’, situado no pavimento cinco – possui um terraço com acesso direto à tribuna de honra (VIP) na arquibancada do anel intermediário. No lado norte, o centro cultural tem entrada independente com elevadores e escadas, e ainda pode funcionar nos dias em que não há jogos.
Seguindo as orientações da Fifa, a área de imprensa fica no lado oeste, nível oito, livre do ofuscamento do sol poente. O salão tem capacidade para até 800 lugares com mesa, mais 800 posições sem mesa e 200 para comentaristas, desmontando as cadeiras normais de público e montando as mesas. Ele está equipado com recepção, mesas e área de alimentação, além de acessos exclusivos.
O pavimento acima é totalmente destinado às instalações técnicas como passagem de cabos, dutos, tubulação e instalação, maquinário de ventilação, ar-condicionado, entre outros, além das salas de controle (CCR). No nível 10 acontece a circulação para o anel superior de arquibancada, estão localizados os estúdios de TV para a transmissão dos jogos e respectivos sanitários, acessados por um elevador exclusivo para a imprensa.
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