A Casa no Vale das Videiras foi projetada para um casal de artistas – ele escritor e ela artista plástica – que desejava um refúgio para conviver junto à natureza nos fins de semana. Apaixonados pelo belíssimo cenário que envolve a cidade de Petrópolis (RJ), convidaram o escritório Rodrigo Simão Arquitetura para idealizar esta morada que acabou se tornando endereço permanente da família.
Em um generoso terreno com mais de 14.300 m² e com leve aclive, os arquitetos implantaram dois volumes. O primeiro, considerado o principal, foi inserido no ponto mais alto do lote para privilegiar a vista para as montanhas e, ao mesmo tempo, potencializar a entrada de luz solar direta nos ambientes.
O segundo volume organiza o “cantinho especial” da proprietária, o atelier de artes plásticas. Ali é o lugar que dá estímulo à criatividade da artista e onde ela pode criar suas obras. A instalação aproveitou uma fundação já existente de 30 m x 6,5 m (resquícios de um antigo galpão) que estava inserida na parte mais baixa do terreno. Todos os espaços estão orientados ao lago que fica em frente à residência.
Com ambientes organizados em um único nível (térreo), respeitando e preservando a vasta vegetação local e o platô existente, a casa está organizada em dois blocos: social e íntimo.
As salas de estar e jantar e a cozinha são ambientes completamente conectados entre si e com o exterior. A cozinha é o ambiente protagonista – que fica setorizado pelo balcão de granito preto apoiado sob a bancada de concreto aparente – e se estende inteiramente ao deck e à paisagem à frente. Quem ocupa o espaço fica visualmente integrado com o entorno.
A varanda, que percorre toda a área de estar, é coberta por um amplo beiral de 3 m que gera um dos espaços centrais do projeto, estimulando a permanência ao ar livre. Além disso, as portas de correr têm seus trilhos embutidos no piso de madeira que reforça a continuidade do interior com o exterior. Ainda no pavimento os arquitetos dedicaram um espaço para música, leituras e estudos.
A horizontalidade do projeto é um grande ponto a ser enaltecido: é bem provido de fluidez espacial e integração com o exterior Rodrigo Simão
A área íntima é composta por três suítes que são dispostas de maneira independente para conferir privacidade aos moradores e seus familiares. Os volumes que organizam as suítes estão orientados às montanhas para favorecer a vista e a melhor implantação no terreno, resultando em uma arquitetura integrada com a paisagem circundante.
No volume que organiza o atelier (um amplo salão iluminado por claraboias) tem uma suíte e uma cozinha que funcionam como uma casa privativa para receber os hóspedes dos proprietários.
Os espaços abertos e integrados recebem iluminação e ventilação naturais. Além disso, os arquitetos exploraram a ventilação cruzada, que possibilita a circulação do ar por todos os cômodos.
“A horizontalidade do projeto é um grande ponto a ser enaltecido: é bem provido de fluidez espacial e integração com o exterior. A dissolução de fronteiras entre arquitetura e paisagismo cria espaços repletos de luz natural e que estimulam o contato com a natureza”, explica o arquiteto Rodrigo Simão.
Os volumes exaltam o aspecto rústico dos materiais, que seguem o padrão de integração com a natureza. A madeira foi bastante explorada no projeto, e pode ser vista nos pisos, paredes, tetos e mobiliário. O elemento harmoniza com a estrutura metálica aparente, esquadrias de alumínio e com as paredes externas verdes que se camuflam em meio aos jardins.
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