A Praça Carmel Hebraica, projeto dos anos 1950 assinado por Gregori Warchavchik, um dos principais nomes da primeira geração de arquitetos modernistas do Brasil, foi revitalizada para as novas gerações pelo escritório Basiches Arquitetos Associados. “Existe um respeito natural quando se elabora um projeto tombado de um dos maiores nomes da arquitetura, e a modernização que fizemos leva muito em conta os aspectos pensados por Warchvichik, principalmente em relação à economia de espaços, mas sem abrir mão da estética” comenta o arquiteto José Ricardo Basiches.
Trata-se de uma reforma para a praça central do clube Hebraica, antes abandonada por não ter os seus espaços organizados. A ideia foi basicamente organizar, demarcar os espaços e movimentar alguns acessos, criando um eixo principal. Assim, a praça recebeu novos ambientes, como praça de alimentação demarcada e lounge para os sócios.
O estilo minimalista permeia o novo projeto de reforma da praça. “Fizemos uma grande caixa branca que abriga o restaurante superior. Sua volumetria limpa e traçado contínuo prolonga-se e cria um efeito cenográfico e funcional. Para conseguir sugerir e criar as propostas, precisamos nos adaptar e entender o uso diário do clube”, explica José Ricardo.
Grandes alterações estruturais foram feitas, como a mudança de lugar do restaurante principal, a alteração do local de acesso do elevador e escada, entre outras possibilidades para chegar ao objetivo final. Organizado de forma funcional e simples, o prédio surpreende ao mostrar uma plástica e volumetria impactante para o clube.
“Para a iluminação, dividimos o projeto em dois locais: no ponto mais alto, entre as ripas de madeira, e no mais baixo, com a luz embutida no forro de gesso. Criamos também, sancas leves e circulares para não rebaixar muito o gesso, uma vez que já tínhamos um limitador de altura na estrutura existente” conta o arquiteto.
Para o projeto de interiores, o escritório explorou ao máximo o uso que a própria praça oferecia. Espaços para exposições e lounges são algumas das propostas diferenciadas sugeridas pelos arquitetos. O espaço comporta ainda um sistema de vedação total para eventos noturnos. “Buscamos trabalhar a arquitetura de interiores de forma leve, com materiais quentes e práticos, dando aconchego à praça” relata.
Ripas de madeira no forro organizam e criam de riqueza nos detalhes. A área do lounge e praça de alimentação exibem piso elevado com revestimento imitando madeira. A partir deste tablado, a iluminação é contínua, passando a ideia de dois volumes soltos e destacados do centro.
“O resultado do projeto foi a modernização aliada à funcionalidade de uma praça, na qual conseguimos resgatar os diferentes tipos de uso e ocupação da primeira edificação do clube” finaliza.
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