A expansão do Clara Resort, em Ibiúna (SP), iniciada em setembro de 2019, teve como desafio criar um projeto que se camuflasse na topografia do terreno e que se harmonizasse com as construções já existentes no hotel. Quem assina o projeto são os escritórios Studio DWG + Ponto de Apoio.
Em uma área com mais de 20.000 m², situada em um ponto privilegiado do terreno, foram planejados 15.000 m² de área construída com novas suítes, piscina, restaurante, bar, jogos, boliche e um prédio dedicado a eventos corporativos e sociais.
As 62 novas suítes estão dispostas em dois pavimentos que se acomodam no terreno de forma escalonada dando a sensação de serem dois térreos e não um prédio de dois andares.
O descolamento visual dos andares se destaca pelo uso de revestimentos externos diferentes em cada um deles. Em planta, os andares assumem uma angulação de asa delta e desbloqueiam a visão lateral que se tem das varandas de cada uma das unidades.
O resultado é uma vista deslumbrante da natureza e a sensação de não ter muitos vizinhos ao lado, já que não se pode ver a extremidade do prédio ao se olhar para o lado. Todos estes artifícios – implantação, geometria do projeto e revestimentos – foram usados para evitar o “nascimento” de um prédio convencional na península do terreno.
Quem olha do estacionamento mal enxerga a área construída e quem olha da represa, vê que a arquitetura se encaixa na topografia do terreno sem agredir o visual. As suítes podem ser conjugadas pela abertura de paredes de correr, acústicas, de 3 m entre elas, ao invés das portas padrões que costumam unir os apartamentos dos hotéis.
A sensação é de um apartamento na beira da represa já que com a união ganha-se 7 m de vista para a água. Como há diversas possibilidades de layout, foram escolhidos mobiliários flexíveis que podem “passear” na planta para formar as diferentes composições.
Uma coisa interessante é que independente do layout assumido, não há a necessidade de retirar ou adicionar nenhum mobiliário da suíte facilitando o dia a dia do hotel e o trabalho da governança.
Duas suítes presidenciais foram projetadas nos dois extremos do prédio, garantindo uma vista privilegiada, acabamentos premium e novidades que não existem nas suítes, como cozinha, firepit, piscina e ofurô. A piscina social fica na cobertura garantindo uma vista incrível da mata preservada e da represa.
Anexo a ela está o novo restaurante de 800 m² e a laje jardim que permite um passeio incrível com uma vista deslumbrante. No piso inferior, uma área de entretenimento se desenvolve em um ambiente mais noturno e underground.
A paleta de cores escurece, as tubulações são aparentes e os ambientes se dividem por cordas de sisal com iluminação cênica. É nela que os hóspedes se divertem com os shows, mesas de carteado, sinuca, bar, boliche, karaokê e jogos eletrônicos (arcade).
No ponto mais alto do terreno da área de expansão, foi construído o salão de eventos também com vista para a represa. O prédio de 5000 m² possui dois andares modulares que acomodam eventos de todos os portes e eventos simultâneos já que – no mesmo exercício do prédio de suítes – a construção se acomoda na topografia do terreno de modo a criar “dois térreos” tendo cada andar uma entrada independente.
O talude ao fundo garante um bom isolamento acústico e os revestimentos externos de cada um dos andares são diferentes, para não haver uma unidade entre eles. Mais um prédio que não parece prédio.
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