Instituição sem fins lucrativos voltada para o atendimento de 1500 crianças e jovens de baixa renda, a Instituto Dona Ana Rosa está localizado na capital de São Paulo, com projeto arquitetônico assinado pelo escritório Perkins + Will.
Segundo o arquiteto Rodrigo Gianoni, uma das demandas dos clientes era que a obra fosse racional, econômica, limpa e de baixo impacto. Além disso, deveria se inserir no terreno de forma marcante, para não passar despercebida pelo mercado imobiliário e por outras empresas que estão vindo se instalar na região atraídas pela chegada do metrô.
“Possíveis negociações poderão ser muito importantes para a manutenção e longevidade da instituição. Por isso, desde as primeiras reuniões o termo ‘transformação’ foi muito abordado e salientado”, conta o profissional.
O terreno é formado por uma série de pavilhões antigos, com um corredor central. E esses galpões se repetem, um deles estava super deteriorado e os clientes teriam que fazer um investimento muito grande para recuperar esse antigo galpão.
Para isso, os arquitetos tiveram que seguir algumas premissas: era um espaço que precisaria ser transportado. Então, a construção deveria ser feita de forma mais inteligente, precisaria que fosse uma construção que possa ser levada onde fosse. A outra premissa era ocupar a mesma mancha que já existia no terreno, por questões da prefeitura.
"Tínhamos dois caminhos a seguir: ou reaproveitávamos a edificação existente (um galpão com poucas qualidades arquitetônicas) ou criávamos um novo modelo que mostrasse essa transformação do instituto a toda a comunidade, e foi o que fizemos", relata o arquiteto.
Diante de um programa bastante diversificado, que precisava dar conta das muitas atividades realizadas pela instituição, o escritório buscou criar espaços versáteis que se adaptam a mais de uma função ao mesmo tempo. Para completar, esses espaços também são passíveis de alterações, caso elas sejam necessárias no futuro.
O projeto conta com teatro, salas de reunião, centro de exposição, centro administrativo, sala de conselho, sala de diretoria, tesouraria, RH, pagamento e setor de comunicação, além da recepção que está conectada à copa e à sala de espera.
O partido tem dois volumes integrados que formam uma volumetria provocativa e constituída de uma grande base horizontal de cor cinza e com característica de blocos. O outro volume é um grande cubo na cor amarela, que se destaca no conjunto por sua verticalidade e tom marcante. O método construtivo escolhido e aplicado nesta edificação foi o steel frame.
Como elemento de fechamento da fachada, os arquitetos optaram por painéis prontos com placas denominadas VIROC. Trata-se de um painel compósito constituído por uma mistura de partículas de madeira e cimento.
Desta forma, não seria necessário pintar e repintar os fechamentos laterais, gerando uma solução econômica no qual piso e parede são compostos do mesmo acabamento.
“A planta se organiza em dois espaços, em níveis conectados pela galeria de circulação, trançada por aberturas generosas e criando verdadeiros pátios e recantos de dimensão que acompanham o jardim e as vegetações existentes no terreno”, conta Gianoni.
A unificação e passagem das estruturas ficou por conta de uma galeria histórica com vitrines que contam um pouco da trajetória do Instituto Dona Ana Rosa ao longo dos mais de 140 anos em que vem prestando serviços assistenciais às comunidades carentes.
A galeria se abre para os jardins, compostos de árvores de grande porte e horta, de onde saem alimentos servidos no refeitório do instituto.
O projeto combina a flexibilidade da madeira com a resistência e durabilidade do cimento, permitindo uma vasta gama de aplicações tanto no interior como no exterior da edificação.
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