Ao partir de uma concepção arquitetônica simples, que conjuga a cultura espanhola em sua melhor forma, o Pavilhão da Espanha para a Exposição Universal de Milão – sob o tema “Alimentando o Planeta. Energia para Vida” – é uma atração à parte. Seus espaços são permeáveis e os elementos alusivos à tradição e inovação na produção de alimentos do país, como as laranjeiras, cortiça, esparto e barris de madeira.
“Em primeiro lugar, o que diferencia este pavilhão dos habituais é o caráter aberto do projeto, ou seja, trata-se de um espaço em que as pessoas visitarão quase sem querer. É muito mais um lugar público do que um pavilhão. Isso reflete a busca por situações que evitam a experimentação formal tão frequente nesses projetos. A preocupação era encontrar o equilíbrio entre esses elementos e o apelo popular da bandeira espanhola, assegurando uma experiência lúdica e convidativa para todos. Ao mesmo tempo, precisávamos transmitir uma reflexão séria sobre o futuro alimentar do planeta, especialmente o que a Espanha pode agregar a essa questão universal”, retrata o arquiteto Fermín Vázquez, do escritório b720 Fermín Vázquez Arquitectos.
O partido abrange dois mil m² e é marcado por uma área bem flexível e funcional. Incorpora-se ao conceito aberto, com as laranjeiras, e cria um jogo de cores interessante com as molduras de madeira que compõem a estrutura principal e demais elementos. A inovação é representada pelo aço inox reflexível, que remete aos líquidos espanhóis mais tradicionais, como o vinho e o azeite.
Fermín Vázquez complementa ao dizer que “o aço inox refere-se à tecnologia avançada que permite a pesquisa em inovação de alimentos. Além disso, os reflexos do aço polido na madeira maciça geram um contraste interessante, formando a outra metade da bandeira. Uma dualidade simbólica, mas claramente visível, entre tradição e inovação”.
Projetado para ser desmontado e reutilizado por completo, o pavilhão compreende espaços com intervenções artísticas de grande escala, como exposições padronizadas, jardins, auditório, restaurantes e espaços para refeições.
“A flexibilidade e a permeabilidade são conseguidas por meio do aumento do espaço de exposição no primeiro andar. Isso libera toda a planta baixa do pavilhão e uma parcela do espaço acessível a todos”, conclui.
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