O escritório Gustavo Penna Arquiteto & Associados, ao projetar o Centro Administrativo de Belo Horizonte, mesclou as funções físicas, sociopolíticas e simbólicas do edifício ao contexto de Belo Horizonte. “No conjunto arquitetônico, a instituição pública materializa a função de administrar uma cidade e representá-la, destacando-se como marco urbano”, explica o arquiteto Gustavo Penna.
A busca pela congregação espacial das unidades funcionais do município estabelece uma nova dinâmica de atendimento ao cidadão. O escritório então optou por uma edificação única, horizontalizada e integradora, implantada em espaços fluidos, o que favorece o acolhimento de várias funções e facilita o acesso à população.
Elementos fortemente associados ao estado de Minas Gerais estão presentes na composição do partido, como por exemplo, pedras preciosas, cristais, minério de ferro e o triângulo da bandeira mineira. Esses elementos foram explorados e marcados na estrutura metálica do edifício, seja na transparência do revestimento externo, bem como na planta triangular que aponta ao principal eixo articulador da cidade.
“O traçado regulador mistura ordens geométricas e cria um edifício que projeta imagens da cidade na própria cidade. Esse conjunto de ilustrações resulta em uma edificação acomodada em planta, mas revolucionária em elevação, com pavimentos inter-relacionados, criando diálogos internos e externos. Ela está inserida na dinâmica contemporânea da capital de Minas”, conta.
O projeto configura-se como um monumento à mobilidade urbana em conexão com o espaço público, com os corredores de transporte e com a ciclovia. “O contato do público com o edifício do Centro Administrativo acontece inicialmente pela grande praça coberta. A geometria dessa praça se abre livremente para a população, podendo abrigar transeuntes, ambulantes, performances, manifestações e celebrações, cujos movimentos são refletidos no teto espelhado”, comenta o arquiteto.
Utilizar, de maneira consistente, materiais leves, resistentes, industrializados e recicláveis para alcançar coesão visual é uma estratégia do escritório. A escolha, associada a princípios ambientais e a sistemas operacionais adequados, mostra resultados positivos no que diz respeito à viabilidade econômica. Essas tecnologias apresentam custo inicial mais elevado, mas contribuem alongo prazo para um adequado balanço econômico global.
“Toda a estrutura metálica receberá pintura branca e adequados tratamentos anti-vandalismo e autolimpantes. Os pilares serão recobertos com vidro transparente com tonalidade âmbar e próximo ao teto em aço inox da praça coberta, irão compor um jogo de espelhos que multiplica a presença humana”, relata Gustavo.
As fachadas foram revestidas com vidro âmbar. A escolha do material faz uma analogia entre a transparência que deve existir na gestão pública à necessidade de integração do edifício com o entorno. Essa união com o que está em volta é incorporada também pelos funcionários que, de dentro do edifício, podem acompanhar o movimento da cidade.
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