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Nova Sede ARPT

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Em formato de duna, o projeto do prédio do governo na Argélia propõe total integração com a natureza ao priorizar um sistema bioclimático que minimiza o uso de ar-condicionado clássico e economizará até 50% de energia. Imagens: Divulgação
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Sintonia no deserto

Texto: Tais Mello

Como se fosse uma duna de areia, em pleno deserto, a nova sede da ARPT (Autorité de Regulação Olhar a natureza é sempre uma referência de como essas coisas acontecem. É por isso que sempre acho a paisagem emocionante, porque você vê nela coisas diferentes. E isso é inspirador Mario Cucinella de la Poste et des Télécommunications), agência de telecomunicações, projeta-se a partir de um arco ogival – característico da arquitetura mediterrânea. “Olhar a natureza é sempre uma referência de como essas coisas acontecem. É por isso que sempre acho a paisagem emocionante, porque você vê nela coisas diferentes. E isso é inspirador”, finaliza.

O edifício será implantado ao longo de uma rodovia, ao lado do novo parque urbano Bab Ezzouar, uma proeminente região na cidade de Argel, Argélia, na qual tradição e modernidade se fundem. Mais do que projetar-se como um símbolo do desenvolvimento argelino, a arquitetura proposta oferece uma interface amigável ao clima desértico, tirando total proveito da alta temperatura local.

“É realmente importante moldar o edifício de tal maneira que as pessoas o reconheçam, que tenha, de fato, a identidade da Argélia. Outro ponto indispensável, desde o início do projeto, era a busca de uma solução bioclimática que o tornasse o mais autônomo possível, apenas com o design, sem tecnologia”, explica o arquiteto italiano Mario Cucinella, do escritório Mario Cucinella Architects – MCA.

O ARPT ostenta uma edificação com forte cultura mediterrânea, a começar pela forma ogival, que mais parece uma duna de areia Foto: Divulgação

Estratégia bioclimática

A estratégia usa as linhas aerodinâmicas cuidadosamente orientadas e posicionadas em relação à trajetória do sol: a superfície do lado convexo, na fachada Norte, desvia os ventos quentes, enquanto uma parede côncava, ao Sul, captura a brisa fresca durante a noite, promovendo a ventilação natural no interior do complexo. O arquiteto Mario Cucinella explica que não é apenas o prédio que lembra uma duna, o próprio sistema de ventilação também funciona como se fosse uma.

“A forma como a pele do edifício e o grande átrio trabalham cria uma técnica particular chamada É realmente importante moldar o edifício de tal maneira que as pessoas o reconheçam, que tenha, de fato, a identidade da Argélia Mario Cucinella refrigeração solar, um sistema de ventilação no interior da obra”, completa. Delicada, a superfície do ARPT lembra uma parede repleta de perfurações. “Esta é a parte de que mais gosto no projeto. É como viver em um filtro natural de luz. E isso torna o prédio muito sólido, muito forte.”

Estrutura de concreto

“Como o edifício precisava ser muito pesado, era necessário ter uma grande massa contra o calor, por isso decidimos investir em uma estrutura de concreto, na qual filtro (superfície) e pisos ostentam o material. Pesados, eles mantêm o aquecimento e a refrigeração”, explica Cucinella. As escolhas específicas viabilizaram uma espécie de microclima interno, que minimiza o uso do sistema de ar-condicionado clássico. Ao lançar mão do controle natural da luz e ventilação, o arquiteto conseguiu economia de 50% de energia.

Escritório

  • Local: AR, Argélia
  • Início do projeto: 2013

Ficha Técnica

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