Requintado e elegante, o Gloriette Guesthouse é como uma grande obra de arte arquitetônica em meio às montanhas de Ritten, uma histórica vila localizada na província de Bolzano (Itália). O hotel foi projetado pelo escritório noa* (network of architecture) com formas simples e curvas, mas sem abrir mão do luxo e do conforto.
Ao tomar conta da propriedade – que por volta do século XX pertencia a outra rede hoteleira, a antiga empresa Bergfink –, os novos donos decidiram transformá-la em uma referência em hospedagem na região, especialmente nas férias de verão.
Para o escritório noa*, era essencial que o Gloriette conservasse elementos locais, como os arcos da fachada e do telhado de quatro águas – detalhes que remontam a longa tradição da aldeia. “Usamos também formas em losango para o decorativo, pois apareciam muito nas ferrovias de Ritten que ligavam diferentes destinos das férias de verão”, comentam os arquitetos Lukas Rungger, Christian Rottensteiner, Barbara Runggatscher e Lea Mittelberger
A fachada foi projetada para dialogar com todo o projeto, tanto de arquitetura como de interiores. Com diferentes tamanhos, as janelas de vidro permeiam todas as faces e permitem integração com o exterior, mas sem revelar o que há dentro das áreas, sobretudo dos quartos dos hóspedes, que ficam voltados para o lado de fora.
A paisagem é refletida pelos vidros pretos, que são usados como divisórias das varandas que separam as salas, multiplicando a vista. No topo do edifício, fica a área de bem-estar e spa. Nesse espaço, o elemento do arco também é bem visível, formando uma espécie de casca na cor bronze que rompe a estrutura e posiciona-se assimetricamente como um volume à parte. Para os arquitetos, essa parte é o maior destaque do projeto, pois pode ser vista de longe. A extravagante piscina catiléver foi projetada para se incorporar ao exterior.
Na área de bem-estar e spa, além dos espaços comunitários para uso de todos os hóspedes, foram dispostos alguns terraços privativos no topo das janelas da baía ao ar livre para quem deseja descansar ou relaxar sem incômodo.
O cilindro, que no lado sul do edifício perfura o caminho para o telhado e se projeta do outro lado da fachada como um arco de cabeça para baixo, serve como a piscina – a concha, na qual é fechada, é coberta por painéis de alumínio cor de bronze. “Eles formam uma cesura no teto e permitem um fascinante jogo de reflexos”, contam os arquitetos.
No interior da piscina, algumas escadas levam ao centro desse cilindro. A porta de correr automática abre e um degrau desce para a água, enquanto outro conduz em direção ao horizonte.
Já no térreo, seguindo pela rampa lateral ou pelo interior do Gloriette Guesthouse, está o jardim dos fundos, onde foram organizados os espaços públicos, como recepção, lobby, restaurante e um amplo terraço, que se curva elegantemente para a bela vista do horizonte.
Ainda na área externa do terreno, há também uma garagem reservada para os veículos dos hóspedes.
Os quartos foram implantados em três andares, com as suítes nas respectivas bordas do edifício, claramente reconhecíveis por suas baias cúbicas, que estabelecem um layout arquitetônico diferente na fachada do prédio. Ao todo são 25 suítes, mas somente sete têm jardins privados.
O estilo Art Nouveau, predominante na região de Ritten, foi capturado pelo interior de forma abstrata. Ao mesmo tempo, um tipo de enquadramento claro, contrastante e consistente de elementos forma um detalhe recorrente, que pode ser traçado em todo o edifício. Também o tema do arco encontra a sua continuação dentro do hotel, como nos quartos com espelhos arredondados na parte inferior.
O mobiliário é na maior parte independente, sempre realçando os espaços. Podem ser encontrados itens únicos garimpados em mercados de pulga ou pequenos tesouros do hotel anterior. Dispersos por todo o edifício estão esculturas douradas penduradas no teto. “O ambiente atraente e convidativo também é alcançado através do uso da madeira, que nunca parece rústica, mas nobre, homogênea e quente”, concluem os arquitetos.
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