Depois de assinar o projeto arquitetônico da sede paulista de uma indústria do setor químico-farmacêutico, a arquiteta Moema Wertheimer foi convidada a fazer o mesmo em Istambul, na Turquia, tamanho foi o contentamento da empresa com o resultado final.
Seu objetivo na sede turca era desenvolver um ambiente contemporâneo que permitisse diferentes formas de trabalhar e de se reunir, mesclando os costumes da empresa à cultura turca.
Segundo Wertheimer, o maior desafio da obra foi trazer a cultura jovem para dentro da empresa, como aconteceu na sede do Brasil. “Para isso, trabalhamos com um escritório local, que nos ajudou muito com essa troca de informação”, conta.
O programa de quatro pavimentos da Sede de Indústria Químico-Farmacêutica em Istambul é totalmente ligado ao átrio central, que funciona como ponto de encontro para os funcionários, melhorando a comunicação e a sinergia entre os departamentos.
Para a arquiteta, esse é o grande diferencial da empresa. “As salas de reunião estão voltadas para esse átrio, e as áreas de open space ficaram preservadas e todas junto das janelas. Com isso, conseguimos democratizar o uso da luz natural”, declara.
Os espaços reservados dos escritórios ficaram mais voltados para o lado de dentro. Por serem todos envidraçados, os colaboradores possuem uma visão sem barreiras para os ambientes e para o grande eixo de comunicação.
Wertheimer conta que encontrou uma cerâmica de tradição milenar turca e decidiu aplicar na recepção da sede de Istambul. “É uma técnica que estava quase desaparecendo e hoje tem uma fundação, chamada de iznik, que gera trabalho para mulheres e com isso cria uma oportunidade de vida para elas”, completa.
A decoração clássica local está presente em praticamente todo o projeto de interiores da empresa. Os tapetes de origem nômade vieram de tribos da região, cuja origem é de civilizações curdas ou da região histórica da Turquia, a Capadócia.
“No fim acabou saindo um mix de produtos. O carpete é uma linha nova da Interface e as cadeiras são da Herman Miller na sua grande maioria. As cadeiras de trabalho, as mesas e armazenamento são da USM. Já nos espaços mais alternativos, onde uso muito mobiliário que chamo de colaborativo, estão mesas e cadeiras com prancheta para laptop. Nos espaços mais informais, usamos muito mobiliário local”, explica Wertheimer.
Para desenvolver o projeto de iluminação da Sede de Indústria Químico-Farmacêutica em Istambul, a arquiteta teve a oportunidade de trabalhar com o escritório de luminotécnica da Bartenbar, considerado um dos melhores do mundo.
“Eu acho que essa troca é muito fascinante, gosto muito. Você pode trabalhar com pessoas que vêm de outras culturas, com outros idiomas e com outras visões de projetos”, conclui Wertheimer.
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