Localizada na praia de Alcântara, no Maranhão, a Ilha do Livramento é desabitada. Para chegar até ela, os visitantes precisam realizar a travessia de barco. Pensando na composição da Pousada Sete Raios na Ilha, o arquiteto Rodrigo Mindlin Loeb propôs intervenção mínima no ambiente, por se tratar de um local que guarda muito da história da colonização do Brasil. “Os recursos locais e recursos naturais renováveis precisam ser explorados ao máximo. A intenção é que o projeto tenha autonomia energética e de recursos. Se a construção degradar em cem anos, ela pode desaparecer sem deixar vestígios”, explica.
De acordo com o arquiteto, a ocupação de um território natural-cultural é extremamente interessante e sensível. “O projeto foi totalmente inspirado na cultura local, com uso de técnicas construtivas vernaculares. O conceito integra a energia e o meio ambiente, como cultura e identidade”, ressalta Loeb.
O difícil acesso à Ilha exige o uso de materiais construtivos locais, utilização de sistemas de gestão de água, transparências, massa térmica, entre outras soluções. “A existência dos poços de água coloniais e o regime das marés que faz a Ilha aumentar e diminuir em seu perímetro com grandes bancos de areia são alguns pontos curiosos do projeto”.
A taipa de pedra é utilizada nas paredes da Pousada, que se integram com o exterior através de venezianas pivotantes. Estas, por sua vez, oferecem iluminação natural e melhor conforto térmico aos quartos e ambientes internos. A cobertura recebe chapas recicláveis tetrapak e telhado verde. O piso é composto por revestimentos com seixos de pedra e espelhos d‘água. Além disso, o projeto visa a utilização de painéis fotovoltaicos e sistema de tratamento de efluentes.
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