O Moip (startup brasileira provedora de soluções de pagamento) foi recentemente comprado pela Wirecard, empresa alemã que atua no mesmo ramo. Essa mudança, ocorrida no começo de 2016, trouxe transformações internas e um novo espaço de trabalho. Localizada em São Paulo (SP), a atual sede foi projetada pelo DM/AM Arquitetura com referências aos dois países, resultando em ambientes jovens, livres e integrados.
Com 1,3 mil m², a companhia ocupa agora o pavimento inteiro de um edifício corporativo, situado na Avenida Brigadeiro Faria Lima. Sem intervenções estruturais, a laje aberta recebeu apenas uma nova compartimentação dos ambientes.
Como contam os arquitetos Ana Carolina Casale e Antonio Mantovani, o projeto de interiores do Moip foi concebido para atender à maior demanda do cliente – a integração dos espaços.
É dessa forma que foi organizada a distribuição das áreas de concentração, colaborativas, descompressão e, sobretudo, estações de trabalho sem lugares fixos. “Isso dá mais liberdade ao funcionário, que pode trabalhar em qualquer um destes espaços conforme sua necessidade”, comentam.
Com leveza, as caixas de vidro e suas volumetrias demarcam os espaços de concentração e as salas de reunião, ao mesmo tempo que os integram visualmente ao restante do projeto. Já nas salas de treinamento, dois detalhes interessantes chamam a atenção: a extensa divisória retrátil de vidro que separa/integra essas áreas quando necessário e o fechamento com um portão motorizado (instalado na saleta voltada para a recepção). “De maneira orgânica, esses elementos garantem a total integração dos ambientes, os quais podem se transformar num grande espaço aberto para eventos”, escrevem Casale e Mantovani.
Segundo os profissionais, a proposta estética para o Moip era remover o forro que existia nas áreas de colaboração, descompressão e recepção, para revelar a laje de concreto, mantendo-a em seu estado original.
A grande dificuldade para isso consistia numa manta acústica colada que, de acordo com os arquitetos, estava impossível de ser removida. “Tiramos o máximo com polidoras e lixas de parede, mas, mesmo assim, a coloração da laje ficou amarelada por conta da cola”, descrevem. Para esconder esses resquícios, a estrutura foi pintada em um tom de cinza escuro, que deixou o ambiente mais despojado.
Os acabamentos mais sóbrios permitem o emprego de cores vibrantes no mobiliário (cadeiras e armários) e, principalmente, nas paredes, que foram grafitadas pelo artista Ronah Carraro. Cada um desses ambientes é identificado com temas específicos. Por exemplo, as áreas de concentração recebem o desenho de uma moça sentada lendo um livro, enquanto os espaços de convivência ganham a ilustração de um personagem tomando café.
Casale e Mantovani acrescentam, ainda, que os grafites também contextualizam a influência brasileira e alemã. Numa das salas de reunião, a figura estampa a famosa Igreja das Mulheres (Munique), um fusca e um copo de cerveja.
Além disso, cada sala possui o nome de um país sede da empresa no mundo. “Elas foram identificadas com um símbolo ícone de cada país, recortado dentro da película jateada que cobre as divisórias de vidro”, finalizam os arquitetos
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