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Residência Angra

Residência Angra
Posicionada em um íngreme terreno, a obra do arquiteto Indio da Costa se integra ao entorno por meio de tetos verdes e avarandados, tornando-se uma extensão da natureza circundante. Imagens: Gui Morelli
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Em função da natureza

Texto: Tais Mello

“Quando a natureza se impõe pela sua força e beleza, a arquitetura deve ter a humildade de se colocar em segundo plano.” É assim que o arquiteto Indio da Costa justifica a original e sensível integração entre natureza, paisagismo e design observada no projeto da Casa Angra.

O posicionamento despretensioso do profissional resultou em uma obra cuja solução nasceu condicionada pela topografia e estimulada por medidas mitigadoras – destinadas a prevenir ou reduzir impactos negativos no meio ambiente. “Isso induziu a mimetizar a construção com o entorno, a vegetação exuberante presente nas encostas montanhosas da região da cidade litorânea de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro”, explica Indio.

Os desafios foram uma constante no desenvolvimento do partido. Em primeiro lugar, o terreno. Em uma residência de quatro pavimentos, com elevador e projetada para ser erguida à beira-mar, o terreno impunha uma volumetria considerável, sendo imprescindível evitar a sensação agressiva de estar diante de um edifício.

Não poderia haver dúvidas, desde a fachada, que tratava-se de uma morada. A solução foi criar Quando a natureza se impõe pela sua força e beleza, a arquitetura deve ter a humildade de se colocar em segundo plano Indio da Costa planos que se sobrepunham de forma escalonada: os pavimentos inferiores com coberturas ajardinadas; e os superiores, com pisos gramados avarandados.

A arquitetura usou o paisagismo como elemento integrador, e ambos se fundem em prol de um resultado único e atraente aos olhos. Os jardins sobre as lajes podem ser vistos em diversos níveis, estendidos por pergolados com cabos de aço que dão origem a agradáveis caramanchões. Eles acumulam a função extra de servir de proteção às fachadas. O resultado são varandas de transição entre o interior e o exterior da construção.

Escada panorâmica

Uma passarela sobrepõe-se à piscina, unindo as duas alas da casa e servindo de apoio durante os momentos de contemplação à natureza. Foto: Gui Morelli

A construção tem em sua estrutura basicamente o concreto. Apenas alguns complementos estruturais foram utilizados, como os pergolados metálicos que a envolvem. Para entrar na residência, existem dois acessos: uma entrada central por escada, e outra complementar, feita por um elevador, ideal para situações especiais que envolvam idosos e pessoas com mobilidade reduzida.

A escada divide a construção em duas alas, e utilizá-la leva a visualizar e entender toda a plenitude do projeto. Paisagem e casa se estendem e quase tocam os limites do mar. Com tantos privilégios, o projeto de iluminação limitou-se a soluções simples e básicas para uma casa de praia.

Escritório

  • Local: RJ, Brasil
  • Início do projeto: 2002
  • Conclusão da obra: 2004
  • Área do terreno: 1900 m²
  • Área construída: 950 m²

Ficha Técnica

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