Casa da Feiticeira

Paraíso particular

Texto: Giullia Souza

Delicadamente inserida num lote às margens da Praia da Feiticeira, em Ilhabela (SP), esta residência é, na verdade, parte de um complexo privativo de 1200 m². Pensada para ser o refúgio de final de semana de uma família paulista, a Casa da Feiticeira tem projeto assinado pelo HUS Arquitetos.

Dentro de 400 m² de área construída, Marcelo Wendel e Rafa Zampini realizaram o desejo dos proprietários por meio de um programa sucinto, mas ideal em termos de conforto e capacidade para receber os amigos. Ainda nas premissas, estava a necessidade de uma construção bastante prática em relação à manutenção e segurança.

Partindo do básico e do essencial, a equipe idealizou o projeto pensando nos acessos, na praticidade, na paisagem natural e, inevitavelmente, nos desafios impostos pela posição do terreno, que se caracteriza por um intenso declive e localização privilegiada, ambos protagonistas no desenvolvimento estrutural.

Entendendo a planta

Com a fachada principal voltada para a vista da praia, a casa se assemelha a um grande pórtico de concreto. Os volumes do complexo edificado desenvolvem-se em diferentes níveis, permitindo uma decida mais viável até o mar, onde está localizado o cais de acesso aos barcos. Já o volume principal possui um pavimento térreo com rooftop de cobertura, um anexo que engloba o espaço para hóspedes e a habitação do caseiro.

A parte central do projeto é o grande deck externo posicionado a norte, onde a piscina de borda infinita divide atenção com o oceano. Esta fachada, que é a principal, é formada por grandes vidros e portas camarão que oferecem a possibilidade de transformar este lugar de interação com a natureza em um espaço intimista.

Como o intuito era utilizar todos os níveis da melhor forma possível, os arquitetos transformaram a laje superior – antes em desuso – em outra área social com paisagismo, cujo acesso é feito por uma passarela metálica que liga a entrada principal de carros à cobertura da casa.

Para o projeto interiores, os autores optaram por cores presentes na natureza, enriquecendo a relação elementar de dentro e fora. Na lista de materiais marcantes, estão o vidro, o concreto e a madeira.