Além de uma forte preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade, a Casa na Hípica, localizada em São Paulo, exibe claramente a personalidade, os hobbies e preferências de seus moradores. Projetada pelo escritório Heloisa Losi Arquitetura, a residência é, ainda, prática e funcional.
“O projeto é cheio de detalhes que remetem a lembranças e histórias dos clientes. Isso tudo está representado nos materiais utilizados tanto externa quanto internamente e também na decoração”, conta a arquiteta Heloisa Losi.
A fachada tem madeira aparente e detalhes de tijolos de demolição na parede. No chão, o destaque fica por conta do ladrilho hidráulico. De acordo com Losi, um dos diferenciais do projeto arquitetônico é a combinação de materiais rústicos – como os tijolos, o ladrilho, o assoalho de madeira – com o projeto luminotécnico, que cria vários cenários interessantes.
A concepção do projeto foi norteada pela topografia do terreno e pelo desejo de explorar todas as paisagens ao redor. A construção não começou do zero, mas teve um pequeno acerto de platôs no solo devido ao grande desnível negativo.
De acordo com Losi, uma das maiores dificuldades encontradas foi explorar as possibilidades de luz natural e aproveitar ao máximo as vistas do lugar. Como solução, os arquitetos criaram grandes janelas e portas no sentido leste e oeste, de forma cruzada, de modo que ambas se conversam continuamente, mas sem perder a privacidade.
No interior, todos os ambientes são integrados por meio das grandes janelas e portas, e os dormitórios ficam em uma área mais privativa, mas com um acesso à varanda, de modo que podem desfrutar do pôr do sol. Na parte inferior da casa foi projetado um ateliê e uma suíte, que exploram o desnível natural do terreno.
No design de interiores, os arquitetos buscaram valorizar os objetos da família que estão sendo mantidos ao longo de gerações. “Utilizamos peças que mostram um pouco dos gostos da família, como objetos de equitação, livros preciosos, carros antigos e objetos de época, como a máquina registradora, a balança, a coleção de rádios antigos, entre outros”, comenta a arquiteta.
Na porta de entrada social, pontos de luz realçam a forma e a textura dos tijolos de demolição usados na fachada.
No projeto de paisagismo, o escritório optou por usar grama em quase 90% da circulação externa, permitindo uma permeabilidade ao solo. Na área interna da residência foram plantadas algumas árvores frutíferas, como um ipê amarelo e uma mini-horta para consumo próprio.
Além disso, pensando na questão da sustentabilidade, os arquitetos fizeram com que toda a água do telhado fosse armazenada e levada para uma cisterna e reaproveitada na limpeza dos pisos, manutenção das plantas e jardins e descargas.
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