Envolto por várias árvores, o restaurante tira proveito de uma delas para emoldurá-la em um vidro, quase como se fosse uma valiosa obra de arte no centro do salão. De fato, a natureza fica em primeiro plano no projeto. Afinal, o partido foi adaptado à disposição da vegetação que preenche o lote, permitindo ainda a integração entre espaços internos e a paisagem exterior.
"A caixa de vidro, sem cobertura, expõe a árvore sob o efeito da chuva e do sol, exatamente como era antes da obra. Ao mesmo tempo ela está dentro do restaurante. Essa complexa e sutil diferença entre dentro e fora cria um efeito muito interessante. Nas duas laterais da moldura de vidro, criamos prateleiras que fazem as vezes de adega, misturando visualmente a luz, a vegetação e o vinho", conta Daniele Guardini, arquiteta.
Originalmente criado para receber a Casa Cor Campinas, um dos principais eventos de arquitetura e design do país, o restaurante passou por pequenas adaptações em seu programa após o período da exposição.
"A entrada, utilizada para a bilheteria da Casa Cor, tornou-se a recepção e o caixa do restaurante. Na sequência há outro ambiente aproveitado como 'espaço do patrocinador'. Ele deu lugar a um empório com especiarias e produtos diferenciados. Só então entramos no salão do restaurante, marcado por duas varandas – uma voltada para a fachada frontal na avenida, e outra para a praça do museu. A cozinha fica aberta para o salão do restaurante, assim, todos os usuários podem observar o preparo dos alimentos pelo chef", detalha.
Um dos destaques é a divisão de alguns espaços por meio de cobogós, elementos vazados em cerâmica branca. Eles delimitam a circulação que leva à cozinha e aos banheiros do restaurante.
"Trata-se de um ambiente inteiramente revestido por espelhos, criando uma sensação de infinito. Aliado à decoração com louças marrons e metais dourados, transforma a ida ao banheiro em uma experiência diferente", complementa a arquiteta.
Já na área da cozinha, tudo foi pensado de maneira a favorecer a manutenção e limpeza. Por isso a presença de revestimento de porcelanato até o teto e equipamentos, bancadas, armários e utensílios em aço inox, que conferem um ar sofisticado.
Há, também, o uso de um piso retangular colocado em escama de peixe, além de um rodapé dourado de 10 cm que foi triplicado – chegando à altura de 30 cm. O mobiliário, basicamente monocromático, varia do carvalho lavado, nude e dourado.
A arquiteta ressalta que “o principal ponto era promover o contraste entre ambiente externo (brutalista e escuro) e interno (clean e sofisticado). Internamente, nós queríamos que o restaurante ficasse elegante, luxuoso e aconchegante, o que norteou as escolhas desses materiais”.
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