Casa BRJ

Construção substancial

Texto: Giullia Souza

Uma construção térrea e abundante em área verde foi o principal pedido dos proprietários da Casa BRJ ao grupo pr. Localizada em Maringá (PR), a residência tem estilo brutalista e é repleta de grandes vãos e integração que potencializam a paisagem natural ao fundo do lote.

O conceito arquitetônico fica claro desde a fachada, onde o concreto divide a cena com ripas de madeira e parede de cobogós. Diante das outras construções da rua, a BRJ se destaca pelos elementos de concreto aparente que formam duas empenas cegas e vigas protendidas, criando um conjunto de pórticos que caracteriza a volumetria e abriga o coração desta morada de 590 m².

O acesso principal é definido por uma passarela que busca o visitante ainda na garagem e o leva ao setor social. Nesse trajeto, a passarela de desenho sinuoso atravessa o vão central que abriga o jardim no nível inferior, revelando o que vem adiante.

Passarela de acesso principal Foto: Estudio Paralelo

O ponto chave do projeto é uma grande laje protendida, inclinada e com pontos de apoio imperceptíveis. Neste espaço de planta livre, estão distribuídos estar, jantar, espaço gourmet e cozinha, que se abrem lateralmente para a área de lazer de um lado e jardim central do outro.

A setorização da casa é marcada por volumes de revestimentos distintos: enquanto no setor social e de serviços o concreto é o destaque, um volume retangular em alvenaria pintado de azul acomoda a parte íntima que distribui os quartos em sequência e abraçam a área de lazer. Além da conexão visual entre dentro e fora, grandes planos de correr de alumínio e vidro vedam esse núcleo e proporcionam ventilação cruzada e iluminação natural.

Entre os desafios, os arquitetos contam que o maior foi trabalhar o terreno, que possuía um desnível de 4 m² e deveria ser base de uma casa térrea. Isso exigiria um grande aterro; contudo, para amenizar a intervenção, foi proposto um subsolo que abriga escritório, home theater e brinquedoteca, iluminados por um grande jardim no vazio central que acompanha a declividade natural do lote.