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Centro Cultural Oi Futuro

Centro Cultural Oi Futuro
Após reforma, centro cultural mescla estrutura antiga com novos elementos, integrando espaços e ambientes internos com o entorno da edificação. Imagens: Alexandre Lobo
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Novo contraste

Texto: Marina Cabral

O projeto de ampliação e reforma geral do antigo museu do telephone do Rio de Janeiro, atual Centro Cultural Oi Futuro, é resultado de um concurso realizado pelo Instituto Telemar, em parceria com o IAB-RJ (Instituto dos Arquitetos Brasileiros). Vencedora do concurso, a equipe formada pelos arquitetos Ana Paula Polizzo, André Lompreta, Gustavo Martins, Marco Milazzo e Thorsten Nolte – que posteriormente fundou o escritório Oficina de Arquitetos – usou como base para a idealização do projeto o diálogo entre o novo e o antigo.

“Parcialmente demolida para receber o novo volume na área dos fundos do terreno, a edificação ficou definida em três zonas: o volume formado pelo edifício antigo manteve as características peculiares; o novo volume caracteriza-se por sua arquitetura moderna; e um vão livre mantém a harmonia entre essas duas partes, formando um afastamento entre os volumes”, explicam os arquitetos.

Mudanças e relação com o entorno

Após a demolição parcial do antigo prédio, o Oi Futuro permaneceu com a fachada principal e lateral, os revestimentos internos e a estrutura. Uma nova rua foi aberta junto à edificação. “O Centro ganhou uma privilegiada implantação com volumetria adequada à área externa. O projeto seguiu todas as exigências urbanas e tornou legívelPara a malha do novo volume, escolhemos um tema referente à comunicação: as ligações (maneira de comunicar) entre todas as capitais dos Estados brasileiros Equipe Oficina de Arquitetos a organização interna do museu, além de valorizar suas fachadas”, destaca a equipe.

Comunicação visual é destaque

A antiga edificação, marcada pela rigidez e ortogonalidade, foi usada como base para a orientação gráfica do projeto. A nova malha que define a comunicação do prédio com ângulos livres e linhas contínuas é perceptível na junção dos dois volumes, além de se destacar nas fachadas revestidas com zinco-titânio: painéis modulares representam a nova linguagem digital do museu. “Para a malha do novo volume, escolhemos um tema referente à comunicação: as ligações (maneira de comunicar) entre todas as capitais dos Estados brasileiros”, ressaltam.

Novo acesso e detalhes

Um novo acesso com fachada em vidro transparente, que integra o interior com o exterior também com pisos no mesmo nível, foi instalado para facilitar o acesso de todos ao Museu, que antes era feito através de uma fachada fechada com um lance de escadas. No lugar da antiga entrada, um espaço para divulgação de exposições foi explorado. “A nova entrada está inserida de maneira recuada em relação ao alinhamento, gerando uma fachada inclinada. Ela segue as linhas da malha criada e conduz os visitantes ao acesso. Assim fizemos com que o museu se integre com a cidade, estimulando as pessoas a adentrar o espaço”, destacam os arquitetos.

Destaques e materiais

O vão livre que liga os edifícios e corta o volume do museu possui uma fachada envidraçada, coberta por claraboia com brises automatizados. Essas aberturas na edificação permitem a entrada de luz natural. Além disso, o vão também abriga as escadas e o elevador – elementos de circulação. “Eles unem de maneira interativa as áreas de exposição, uma vez que os pavimentos preservados se fundem com os outros quatro novos pavimentos em níveis intermediários”, explicam.

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Feitas com estrutura metálica, as escadas possuem degraus e guarda-corpos de vidro com PVB opaco. Já o elevador oferece visão panorâmica através de sua estrutura em vidro com brises horizontais de madeira. “Passarelas metálicas com piso de chapa furada ligam os pavimentos à escada e possibilitam a vista da rua de trás”.

A nova volumetria e a volumetria de concreto da escada de emergência se destacam e se separam por um grande painel de madeira e um pano de vidro. “No painel, criamos um acesso secundário para entrada e saída de funcionários, e carga e descarga. Além disso, as lajes construídas sem vigas, em concreto armado, viabilizam um melhor aproveitamento do espaço”, detalha a equipe.

Espaços internos

O interior do museu mantém o diálogo entre o presente e o passado. Pavimentos novos contam com pisosOs elementos de ligação unem de maneira interativa as áreas de exposição, uma vez que os pavimentos preservados se fundem com os outros quatro novos pavimentos em níveis intermediários Equipe Oficina de Arquitetos cimentados e pilares cilíndricos metálicos. “Enquanto isso, os pavimentos mais antigos continuam com o piso de tábua corrida de madeira existente antes da demolição e pilares quadrados”, explicam.

A recepção está localizada no pavimento térreo de acesso e conta com uma biblioteca e um grande espaço de leitura com mesas interativas. O segundo pavimento oferece espaço para exposições temporárias. “A administração do museu se encontra no terceiro pavimento. A área também abriga as exposições de maior duração que se estendem até o sexto andar, com andares intercalados que permitem continuidade”, destacam.

Um espaço de múltiplo uso ocupa o sétimo andar, em um volume fechado com pé-direito de 12 m. “Esse ambiente é composto por arquibancadas móveis, com módulos e cadeiras soltas. O cyber-café do museu se encontra no oitavo e último pavimento e é contemplado com a vista da praia carioca”, conclui a equipe.

 

Escritório

  • Local: RJ, Brasil
  • Início do projeto: 2000
  • Área construída: 3.000 m²

Ficha Técnica

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