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Residência Jatobá

Residência Jatobá
Organizada em quatro volumes definidos e independentes, a Residência Jatobá expõe pontes e um elevador panorâmico que encurtam as distâncias horizontais e verticais e proporcionam um franco diálogo com a paisagem externa. Imagens: Nelson Kon
Residência Jatobá
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Texto: Tais Mello

Procuramos desenvolver uma arquitetura capaz de fomentar as relações entre espaços privativos e públicos através de áreas semipúblicas, onde se vivencia a tênue transição entre o externo e o interno, o público e o privado, o trabalho e a moradia Newton Massafumi

Na cidade de Santana do Parnaíba, localizada em São Paulo, fragmentos da vegetação preservada direcionaram toda a concepção do projeto idealizado pelos arquitetos Newton Massafumi e Tânia Regina Parma, do escritório Gesto Arquitetura. Newton explica que a Residência Jatobá foi implantada em um terreno em declive, com ampla vista para a Serra do Voturuna e para uma Reserva Ambiental. Os ambientes foram organizados em quatro volumes definidos e independentes. “As conexões entre eles são feitas através de pequenas pontes que encurtam as distâncias horizontais e verticais entre os blocos e ainda proporcionam espaços e frestas internas e externas na edificação. Isso permite um franco diálogo com a paisagem pré-existente”.

Outra preocupação refere-se à organização do espaço interno e sua distribuição, prevista para abrigar confortavelmente, no dia a dia, moradia e trabalho de um casal de diretores de cinema. “No programa ainda projetamos uma sala de cinema”, conta Tânia. Mas o grande desafio esteve em organizar as funções distintas e, ao mesmo tempo, garantir a privacidade das relações familiares e do trabalho.

Funções organizadas

A questão foi resolvida ao planejar áreas coletivas e expostas em convivência com a rua, uma solução similar às praças da cidade. Para equilibrar os usos sem perder a privacidade, também foram criadas áreas privativas de acesso restrito. “Procuramos desenvolver uma arquitetura capaz de fomentar as relações entre espaços privativos e públicos através de áreas semipúblicas, onde se vivencia a tênue transição entre o externo e o interno, o público e o privado, o trabalho e a moradia” reflete Newton.

Nas fachdas, a proteção executada em réguas de madeira forma brises regulares distribuídos ao longo das frentes voltadas para oesteFoto: Nelson Kon

Materiais e sustentabilidade

Seguindo a orientação dos donos da casa, o arquiteto projetou uma construção com design diferenciado, mas possível de ser executado com o orçamento enxuto e baixo custo de manutenção. Critérios de sustentabilidade como a racionalização do uso de materiais, foram adotados, evitando perdas durante as obras.

A utilização de luz e ventilação naturais levou à eficiência energética e térmica e economia de recursos naturais. Da priorização desses recursos vem também a sensação de conforto tão comum em cada ambiente da residência. Outra vantagem do partido são as aberturas que sugerem uma amplitude maior do que a realidade ao se estender além dos limites físicos do lote.

Conseguimos reduzir o uso de energia elétrica com medidas simples como a aplicação de brises, que protegem a fachada contra a incidência direta dos raios solares, a utilização de ventilação cruzada e a captação da água da chuva, usada para a irrigação dos jardins Newton Massafumi e Tânia Regina

“Conseguimos reduzir o uso de energia elétrica com medidas simples como a aplicação de brises, que protegem a fachada contra a incidência direta dos raios solares, a utilização de ventilação cruzada e a captação da água da chuva, usada para a irrigação dos jardins”, explicam os arquitetos. Entre os materiais utilizados, o aço está presente na estrutura, mais leve e reciclável. Já a madeira é encontrada nos brises e acabamentos, sendo proveniente de fontes renováveis.

Programa estrutural

Dividida em quatro blocos, a Residência Jatobá é distribuída em três níveis principais. De um lado está o bloco dos escritórios. Do lado oposto, outro volume idêntico abriga as áreas de cozinha e serviços, com os usos organizados em dois pavimentos. Unindo os blocos laterais, origina-se o prédio central, no qual estão os ambientes de uso coletivo: estar, jantar, sala de cinema e varandas. “É daí que se acessa o patamar da piscina e jardim externo ao nível do chão”, explica Tânia. Perpendicularmente ao bloco social localiza-se a área íntima.

Fachadas protetoras

Para evitar a incidência direta dos raios solares, as fachadas receberam uma proteção que garante maior conforto térmico aos ambientes. A proteção executada em réguas de madeira forma brises regulares distribuídos ao longo das frentes voltadas para oeste. Os vidros usados nos fechamentos permitem a transparência e integração visual desejadas. No interior, a acessibilidade entre os pavimentos é garantida pelas rampas e pelo elevador.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Conclusão da obra: 2011
  • Área do terreno: 986 m²
  • Área construída: 612 m²

Ficha Técnica

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