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Clube Alphaville Piracicaba

Clube Alphaville Piracicaba
Ora aberta, ora fechada, uma marquise de 70 metros de comprimento organiza o acesso principal do Clube Alphaville Piracicaba, e, no final, transforma-se em uma escada-arquibancada para a quadra de tênis. Imagens: Fran Parente
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Construção em fita

Texto: Gabrielle Victoriano

Criar agradáveis espaços de lazer para moradores de um futuro condomínio fechado é o principal objetivo do projeto do Clube Alphaville Piracicaba, desenvolvido pelo escritório Forte, Gimenes e Marcondes Ferraz – FGMF. Fernando Forte, arquiteto, pontua que o cliente, a Alphaville S.A., queria uma arquitetura conceitual, prática e de forte personalidade. “Era preciso marcar a chegada do condomínio na cidade de Piracicaba. Mas deveríamos aliar nesses 930 metros quadrados de área construída a funcionalidade e baixa manutenção, com um orçamento extremamente controlado pela construtora”.

A marquise tem mais de 70 metros de comprimento e sete metros de largura. Para marcá-la no projeto, desenhamos um forro especial, de madeira certificada e ripada, intercalado por fitas de LED Fernando Forte

Ao levar em consideração as questões de orçamento e a organização espacial de todo o lote – com piscinas, quadras, campo de futebol, acessos e jardins – foram feitos vários estudos até chegar a uma grande marquise. Ela organiza o acesso principal e a varanda que serve de apoio à piscina, e desemboca em uma escada-arquibancada para a quadra de tênis, localizada em um patamar mais abaixo. Assim, o final da marquise funciona quase como uma plateia para os jogos.

“A marquise tem mais de 70 metros de comprimento e sete metros de largura. Para marcá-la no projeto, desenhamos um forro especial, de madeira certificada e ripada, intercalado por fitas de LED. Ele é o grande destaque da obra: ao mesmo tempo fechamento e suporte da iluminação”, conta Fernando Forte. Uma arquitetura contemporânea com influências modernistas, planta e fluxos extremamente claros e lógicos.

Construção econômica e materiais

A marquise vai além de organizar o programa da construção. Como ela inicia na entrada do condomínio, tem a importante função de receber o morador e o visitante de forma acolhedora. Enquanto a estrutura da marquise é inteira na cor branca, seu forro é um ripado regular de madeira. As frestas proporcionadas pelas ripas se sobressaem tanto durante o dia – quando a luz natural invade o ambiente interno pelas aberturas – quanto à noite. Nesse período, a iluminação geral é feita por mangueiras de LEDs instaladas de forma randômica. A luz artificial cria o panorama do clube durante a noite, valorizando o forro de madeira e garantindo luz ao local de maneira econômica.

Além de proteger dos raios solares, favorecendo a eficiência térmica no interior dos ambientes internos, os painéis de muxarabis garantem privacidade sempre que necessário Foto: Fran Parente

O projeto foi todo pensado em uma levíssima estrutura metálica simples, na cor branca, ora aberta, ora fechada, ora coberta, ora descoberta, apenas com os pilares aparentes. Como uma fita contínua, este volume está de um lado ancorado nos espaços de apoio e, do outro, totalmente aberto para a área das piscinas, que são intercaladas por decks de madeira e solários de pedra.

As vigas são resolvidas em treliças de dimensões variáveis. Já os fechamentos são de vidro. “A construção também dispõe de outras soluções sustentáveis, como captação de água de chuva, iluminação natural, ventilação cruzada e iluminação de baixo consumo”, relata Lourenço Gimenes.

A construção também dispõe de outras soluções sustentáveis, como captação de água de chuva, iluminação natural, ventilação cruzada e iluminação de baixo consumo Lourenço Gimenes

Programa em platôs

Para resolver o problema do grande desnível do terreno, a implantação do projeto aconteceu em diferentes platôs, cuja função é organizar o programa do clube. O conjunto coeso de construções visa o bem-estar do usuário em seus momentos de lazer, com espaços abertos que buscam relações com os patamares do terreno e atividades ao ar livre.

A edificação abriga um salão de festas, dotado de cozinha, bar e áreas de apoio; sala de fitness com vestiários; áreas de varanda e jardins internos de estar e contemplação; quadra de tênis, campo de futebol, playground e um generoso parque aquático. “Nesta grande marquise, caracterizada por uma espécie de 'tira' que atravessa o terreno, os únicos espaços que pervertem essa clareza de planta são os blocos de serviço e vestiários. Todos os espaços são articulados por ela, assim como os percursos para as diferentes partes do terreno”, explica Rodrigo Marcondes Ferraz.

Nesta grande marquise, caracterizada por uma espécie de 'tira' que atravessa o terreno, os únicos espaços que pervertem essa clareza de planta são os blocos de serviço e vestiários Rodrigo Marcondes Ferraz

Além do amplo estacionamento, que acomoda cerca de 60 veículos, o projeto contempla a construção de um edifício para a associação de moradores do condomínio, dotado de áreas de apoio para segurança, triagem de funcionários, vestiários e refeitório, entre outros ambientes.

Aquários e muxarabis

Sob essa cobertura, os espaços fechados de ginástica e salão de festas foram trabalhados como ‘aquários’ de vidro. Versátil, a solução permite que os ambientes se abram totalmente para a marquise por meio dos caixilhos. “Mas também é possível manter os espaços um pouco resguardados do público geral através de grandes painéis de muxarabis de madeira, que correm quase toda a extensão da cobertura. Assim os usuários podem controlar o nível de exposição dessas áreas”, expõe Rodrigo.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2009
  • Conclusão da obra: 2011
  • Área do terreno: 15.820 m²
  • Área construída: 930 m²

Ficha Técnica

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