O escritório de arquitetura Fernandes Arquitetos Associados ficou responsável pelo desenvolvimento dos projetos de reurbanização e requalificação do parque Capivari em Campos do Jordão, São Paulo. “O desejo é de que um novo parque, com qualidade paisagística e atividades culturais, sociais, comerciais e de entretenimento pudesse aumentar as receitas da estrada de ferro e, ao mesmo tempo, valorizar o centro da cidade de Campos do Jordão, impulsionando o turismo”, conta o arquiteto Daniel Hopf Fernandes.
O programa pretende também impulsionar o potencial recreativo, comercial e cultural do local, que contempla intervenções propostas nas edificações existentes e a criação de novos equipamentos. “O parque deve ser uma extensão natural da praça e dos espaços públicos existentes, de forma a expor também importantes referências como a estação histórica e o teleférico”, completa.
Durante a concepção do projeto, o espaço público passou a ser tratado como estruturador de caminhos, usos e edificações. ”Nosso objetivo principal foi integrar o parque à praça central São Benedito e o entorno imediato”, explica Daniel Hopf.
A maior dificuldade relatada pelo arquiteto foi o desnível existente entre a Praça São Benedito e a área do parque. Para que houvesse uma integração plena, a solução deveria permitir integração visual e a acessibilidade. “Criamos uma transição bem suave com inclinação baixa nos taludes e caminhos, que atendesse as normas e, ao mesmo tempo, funcionasse como um passeio contemplativo e de estar. Para isso, o uso de vegetação de baixo porte desimpede as visuais a partir da Praça São Benedito”, exemplifica.
“O desenho como um todo buscou soluções contemporâneas, com o bom uso da técnica e de materiais com forte ligação local, como a madeira e o vidro. Cada edificação assume identidade própria em função dos usos bastante distintos, mas ao mesmo tempo criam uma unidade para o conjunto”, relata Daniel.
Trata-se mais de um projeto transformador de uma grande área do que uma reforma. O arquiteto comenta que o parque funciona como um espaço informal e com algumas atividades de uso comercial e de lazer, em um parque planejado para potencializar todas as atividades inerentes aos importantes espaços públicos. “Como atividades de lazer, cultura, entretenimento, comércio e contemplação”, comenta o arquiteto.
Dessa forma, o novo Parque Ferroviário Capivari irá se configurar em um espaço emblemático da ferrovia, urbanisticamente integrado ao principal centro comercial de Campos do Jordão. Sua implantação marca o primeiro centenário da operação da EFCJ.
O destaque do projeto esta na solução paisagística do espaço público e a costura que é feita para integrar as diversas edificações de áreas compactas, mas de importância estratégica para o parque e a cidade, bem como o tratamento e a recuperação das margens do rio e da vegetação nativa.
O desenho cuidadoso para as edificações, mesmo as de menor porte também é um ponto importante. “As soluções espaciais, os caminhos, as áreas de estar e convívio e o uso da vegetação para atingir o objetivo desejado são estratégias usadas no paisagismo”, declara Daniel Hopf.
Já o diferencial na iluminação está na ambientação das áreas externas e nas marcações de caminhos específicos, ideais para que o parque possa ser usado com qualidade também a noite.
As fachadas foram desenvolvidas e compostas pelos mesmos materiais usados desde as estruturas até os acabamentos. São pedras naturais, aço, concreto aparente, vidro e madeira, com predominância dos quatro últimos acabamentos.
No projeto de interiores, conectado com o partido, figuram os mesmos materiais e soluções, com o objetivo de integrar áreas internas e externas.
“O parque Capivari sempre existiu e, mesmo localizado ao lado do centro turístico de Campos do Jordão, o lugar encontra-se degradado e com baixo uso, praticamente ignorado pelos visitantes. No contexto, talvez o teleférico seja o equipamento mais conhecido, mas como fica à margem do parque, não é percebido como parte integrante de um conjunto maior”, detalha Daniel Hopf.
A ocupação desordenada e de baixa qualidade concentra pequenas lojas, edificações novas e antigas com usos diversos, contribui para a baixa qualidade espacial e pouco atrativa para visitantes e moradores. Ao mesmo tempo é uma área de quase 80.000 m² bem no coração da cidade e com enorme potencial turístico e para diferentes atividades, não só durante a alta temporada, mas durante todo o ano.
Com o projeto será possível potencializar os investimentos de recuperação da ferrovia, tornando-a ainda mais atraente para a captação de investimentos públicos e privados. ”Ele também irá promover, consequentemente, uma valorização das condições urbanísticas, ambientais e físicas do entorno, o que aumentará a chance de implementar empreendimentos associados ao parque de turismo, e o destacará como destino de qualidade e excelência no estado de São Paulo”, finaliza o arquiteto.
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