Em uma área destinada a um polo tecnológico no campus da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), na cidade de São Leopoldo, no Rio Grande Sul, surge a imponente e moderna construção de mais de sete mil metros quadrados do edifício da Empresa de softwares de gerenciamento.
A localização estratégica do prédio da multinacional tem o objetivo de propiciar sinergia entre o conhecimento acadêmico e a empresa.
Por se tratar de uma empresa de tecnologia, modernidade era um pré-requisitoCésar Shundi IwamizuO projeto, idealizado pela equipe do escritório de arquitetura SIAA (Shundi Iwamizu Arquitetos Associados), encabeçado por César Shundi Iwamizu, em parceria com o conceituado arquiteto Eduardo de Almeida, foi escolhido entre três em um concurso fechado de anteprojetos, em 2007, e executado em 2009.
Respeitando a escala da arquitetura do campus, a construção assumiu um caráter horizontal com traços bem lineares, dando ênfase ao estilo moderno adotado na concepção. “Eles tinham um briefing bem fechado detalhando o que queriam. E, por se tratar de uma empresa de tecnologia, modernidade era um pré-requisito”, afirma o arquiteto César Shundi Iwamizu.
De acordo com Iwamizu o grande desafio do projeto era administrar as áreas multidisciplinares nele envolvidas. “Foram, no mínimo, cinco projetos complementares diferentes de conforto térmico, acústico, caixilharia, proteção contra incêndio, cozinha industrial e etc. Uma equipe enorme para orquestrar”, lembra.
A principal exigência feita pelos administradores da empresa era que o prédio estivesse alinhado aos conceitos de sustentabilidade. Tal preocupação tornou o edifício apto a obter o certificado LEED Gold, do US Green Building Council. “Tudo é controlado para economizar o uso de energia e água. Esta questão foi determinante desde a concepção geral até seu desenvolvimento”, diz o arquiteto.
Para resolver a questão do uso racional da água, foram utilizadas torneiras com acionamento automático e válvulas de descarga com possibilidade de meia descarga e descarga completa. O edifício conta, ainda, com estação de tratamento de esgoto própria e acumula água de reúso, que é destinada para descarga nos sanitários, irrigação e lavagem.
A fachada é uma mescla de concreto e vidro. “Trata-se de um vidro cinza, especialmente calculado Tudo é controlado para economizar o uso de energia e água. Esta questão foi determinante desde a concepção geral até seu desenvolvimentoCésar Shundi Iwamizu para garantir o controle da passagem de luz e calor adequados”, explica César.
A implantação do edifício no terreno no sentido Norte-Sul beneficia a proteção contra raios solares. Foram utilizadas, ainda, telas de sombreamento – brises de estrutura metálica – na fachada como elementos de proteção, que barram parte da luz incidente, impedindo, assim, o calor excessivo. “Os protetores de fachada servem para melhorar o desempenho do edifício. Já a automação favorece a iluminação natural”, diz.
Um dos destaques do projeto foi oferecer um ambiente corporativo agradável, que estimulasse a criação dos mais de 400 profissionais da área de tecnologia. Para isso, grande parte do prédio é constituída por áreas informais de trabalho, tais como cafés e salas de convivência. “Trata-se de uma empresa muito dinâmica. A ideia é que tivesse ambientes de encontro que propiciassem o trabalho colaborativo”, explica Iwamizu.
Como as equipes são formadas a cada novo projeto, os postos de trabalho são mutáveis, o que exigiu um grid modular e flexível. A solução foi um salão único, sem paredes que precisassem ser removidas no futuro – espaços livres que dão a sensação de amplitude e estimulam o contato e o trabalho coletivo. “Existem apenas algumas salas fechadas para reuniões”, conta.
O desenho final concentra as áreas técnicas em prumadas e libera todos os espaços restantes nas áreas comuns. “Cada ambiente de trabalho também está sempre relacionada a uma área externa, como o jardim, localizado entre os dois blocos paralelos de 12 metros de largura. A proposta do paisagismo era criar um microclima e ajudar no controle da temperatura”, completa o arquiteto.
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