Da grande paixão de um estudioso pela história do automóvel e pelo nascimento da Indústria automobilística no Brasil e suas consequências surge o projeto do Museu Automóveis no Brasil. O proprietário, Fabio Steinbruch, é autor de uma Trilogia de Livros chamada Memórias sobre Rodas, da Editora Alaúde. Ele e sua família têm em seu poder uma valiosa coleção de aproximadamente 300 veículos nacionais e importados. A importância do acervo está, principalmente, na reunião de exemplares de épocas distintas. Já o edifício que abrigará o museu deverá permitir compartilhar a coleção.
À frente do projeto a arquiteta e autora Monica Drucker, do Drucker Arquitetos Associados, revela que a proposta da construção é interagir com os visitantes não apenas por meio do acervo completo, mas com oficinas interativas relacionadas ao tema, como cursos de mecânica, exposições, salas multimídia com informações históricas e técnicas, eventos da área automobilística, biblioteca, espaço de convenções, bar e loja, além de visitas guiadas. “O partido também vai interagir com a natureza exuberante do local, repleto de ipês-roxos e amarelos e vegetação rural, próprios do lugar”.
A implantação do partido segue a topografia do terreno em declive. Os patamares começam no acesso da estrada principal – a rodovia Constâncio Cintra, localizada ao fundo, onde está o pavimento térreo –, e passam pelo piso inferior 1 até alcançar o 2. Neste ponto, abre-se uma grande área verde com vistas para as montanhas.
Todo o projeto apresenta o aço na estrutura, nas coberturas e vedações e tem o apoio da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). O esqueleto construtivo de aço tem na testada uma viga metálica laminada de alma cheia com dois metros de altura.
Já a fachada frontal, voltada para o estacionamento, possui esquadrias gigantes de alumínio e vidro laminado que alcançam cinco metros de altura e exibem portas de entrada com abertura automática. O cilindro interno em estrutura de concreto aparente serve ao espaço de exposições especiais e multimídia.
A parte posterior da construção é envidraçada, com pé-direito altíssimo de 17 m, que integra dois pavimentos e o mezanino. “Outro destaque entre os materiais especificados vai para os brises elaborados com poliuretano expandido, usado especialmente para a proteção térmica e da luz solar”.
Nas vedações laterais – tanto à esquerda quanto à direita – a execução em chapas de aço/ bandejas pré-pintadas no sistema coil coating oferecem proteção termoacústica e contra a corrosão. Monica explica que a eficiência dessa solução está no interior das bandejas de aço preenchido com mantas de lã de rocha.
O amplo espaço do Museu Automóveis no Brasil alcança a metragem de 20 mil m² com iluminação e integração fartas. O edifício com três pavimentos e um mezanino abriga os automóveis com fluidez, acessibilidade e segurança. Logo na entrada principal, no térreo, um espaço cilíndrico foi planejado para receber exposições multimídia. É neste andar que também se encontram a recepção, a loja e parte do acervo de carros. A partir desse pavimento é possível avistar o mezanino que abriga a administração, as salas de reuniões, o estar, a pequena biblioteca e o bar.
O pavimento inferior 1 acomoda mais um grande espaço para acervo de automóveis, oficinas interativas e de restauro, almoxarifado, salas de funcionários e informática, banheiros e pátio externo de exposições de automóveis, com jardim. O piso inferior 2 reúne a sala de convenções, biblioteca, o restaurante / bar, a cozinha, os vestiários, a garagem e os depósitos em geral. A surpresa fica por conta de uma área avarandada com acesso direto para o grande espaço verde existente no fundo do terreno.
“Desde o início procuramos fazer um projeto que fosse mais que um galpão para abrigo de automóveis. Com a arquitetura em estrutura metálica, conseguimos alcançar o diferencial na construção, aberta à paisagem do entorno através dos grandes painéis de vidro, brises de proteção térmica e das aberturas laterais que proporcionam a ventilação natural. O resultado são pátios com áreas de exposições e contemplação”, explica Monica.
Outra proposta funcional e econômica são os projetores de LEDs instalados em trilhos cujas luminárias podem deslocar-se dependendo do evento ou do tipo de exposição. A mesma solução foi usada nas áreas externas, com spots projetores (85% das luminárias são super LEDs e 15%, de outros tipos). “A vantagem é a significativa economia de energia elétrica obtida”, expõe Monica.
A preocupação sustentável não para por aí. O museu também será dotado de sistema de placas solares, automação e caixas d'água de reúso de águas pluviais com filtros para lavagem de carros e manutenção de grandes áreas de pisos e jardins. Todas as oficinas dispõem de sistema de esgoto especial apropriado para este fim.
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