Parte da ampliação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, Minas Gerais, o Centro de Manutenções de Aeronaves da GOL destaca-se por ser o maior do Brasil. O projeto executivo de arquitetura, assinado pelo escritório METRO Arquitetos, nasce a partir da compatibilização de desenhos e projetos de 14 equipes de especialistas em um conjunto tecnicamente coerente.
"O novo complexo do aeroporto tem capacidade para atender cerca de 40 aeronaves da empresa. Conta, também com o primeiro hangar do país com requisitos técnicos que possibilitam a pintura de aeronaves e peças do setor de aviação", informam os arquitetos da METRO, ressaltando a grandiosidade e a importância do projeto.
O partido é formado por dois hangares, um para pintura e outro exclusivamente para manutenção; três edifícios-oficina associados aos hangares; e um edifício de três pavimentos com 11 mil m², destinado ao depósito geral, serviços aos funcionários, escritório administrativo e áreas de treinamento.
Há, também, construções anexas, como um abrigo para descartes, depósito para inflamáveis, abrigo para geradores, centro de medição e área de estacionamento de veículos, além dos pátios de manobra e lavagem de aeronaves.
"Existia uma atenção especial e um nível técnico elevado para a realização do projeto. Levou-se em consideração o uso específico dos edifícios, minuciosos e pesados, e principalmente os objetos que seriam colocados dentro, de certo modo mais valiosos até mesmo que a própria construção", conta a equipe de arquitetos.
Era primordial o uso de materiais e elementos resistentes a grandes impactos, inertes a óleos e substâncias químicas e compatíveis aos desgastes sofridos pelo uso do trabalho. Ao mesmo tempo, os ambientes tinham de ser limpos e devidamente isolados.
No Hangar 1 – construído com 4,8 mil m² de área coberta, 80 m de vão livre e 23 m de altura livre interna – utilizou-se um conjunto de vigas treliçadas metálicas – apoiadas sobre os pilares de concreto e dispostas a cada 10 m –, coberturas de telhas metálicas galvanizadas pré-pintadas e zipadas com isolamento termoacústico e fechamentos laterais com telhas metálicas de policarbonato alveolar. O uso do policarbonato garantiu iluminação natural para uma área equivalente a 6% do estabelecimento.
"Especificamos portas de correr com acionamento mecânico de 19 m de altura, que permitiram a abertura total do vão. Além disso, há um sistema de ventilação de ar que funciona por convecção, garantindo seis trocas de ar por hora. Já os pisos de concreto com acabamento em pintura epóxi e PU, na cor cinza, oferecem resistência à ação de resíduos e óleos", detalham os arquitetos.
O Hangar 2 – com 2 mil m² de área coberta, 40 m de vão livre e 18,60 m de altura livre interna – foi construído com vigas treliçadas metálicas apoiadas sobre os pilares de concreto, portas de correr com acionamento mecânico de 16 m de altura e um conjunto de cobertura, além de fechamento e pisos semelhante ao Hangar 1.
Nesse local, próximo a uma reserva florestal, foi instalado um sistema mecânico de exaustão, cujo ar passa por uma filtragem / lavagem.
O edifício de escritórios tem construção em concreto armado moldado in loco e fechamentos externos em bloco de concreto. A cobertura é de telha metálica trapezoidal simples, com face externa branca, com aplicação de "face-felt" e lã de rocha.
Internamente há o predomínio de alvenarias em bloco de concreto e divisórias leves, com instalações por meio de shafts verticais, dispostos de forma equilibrada e com fácil acesso. Possui, também equipamentos de ar-condicionado especificados em dimensões apropriadas e homogeneamente distribuídas.
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