A Casa de Hóspedes em Paraty foi construída para que seus proprietários pudessem receber confortavelmente seus convidados, como uma pousada multifuncional anexa à residência principal. Concebida pelo CRU! architects, a residência de veraneio também pode ser usada como um espaço independente para trabalhos ou lazer das crianças.
A edificação foi construída pelos alunos do Centro Comunitário Cambury (também projetado pelo escritório de arquitetura), treinados para serem construtores de bambu na região litorânea de Ubatuba (SP). “A ideia do centro educacional é ensinar e produzir trabalho para a comunidade carente. Depois de sua construção, eles foram procurados por instituições de fora da aldeia para auxiliar de forma econômica, e a construção dessa pousada é um exemplo”, conta o arquiteto Sven Mouton.
A premissa era ter uma pousadinha com espaços funcionais, adaptada ao clima da cidade de São Luiz do Paraitinga. O projeto também deveria propor uma integração com o jardim e se mostrar original.
O terreno onde a casa de hóspedes foi implantada é distante do centro da cidade e de difícil acesso, devido ao seu declive. Isso fez com que todos os materiais fossem conduzidos cuidadosamente por pequenos caminhões e auxiliou para que materiais naturais, extraídos do local, fossem reutilizados e aplicados na obra. A solução para driblar o declínio foi nivelar o solo.
Como o anexo fica no mesmo lote da casa principal, era necessário ser à prova de som e ter privacidade, tanto para os proprietários como para os hóspedes. Para isso, foram erguidas paredes de terra vermelha batida, escavadas localmente, com 6,3 m de comprimento para auxiliar como barreira de ruído.
Como a estrutura está afastada das construções vizinhas, ela ficou desprotegida contra as altas cargas de vento, surgindo a necessidade de um telhado verde para aplicar um peso extra no telhado.
A estrutura do telhado é amparada por um grande anel formado pelas paredes de terra batida, com uma camada final de concreto. Existem apenas quatro colunas que sustentam o teto, três delas foram erguidas na frente da pousada, servindo como suporte para o beiral do telhado na fachada, e a quarta é formada apenas por um colmo de bambu.
Juntas, as vigas que seguram o volume da pousada se tornaram a base para o telhado verde, que foi finalizado com terra preta e plantas encontradas no terreno. “Havia uma grande rocha de granito no lado esquerdo do lote e a integramos ao dormitório, formando metade da parede”, menciona o arquiteto.
Para garantir privacidade, grandes janelas foram posicionadas atrás e ao lado direito da casa, deixando a frente relativamente fechada. Além disso, a grande muralha de terra batida cria um pequeno pátio coberto.
O telhado verde ajuda bastante na eficiência térmica das áreas e conta com a ajuda de pequenas janelas na frente para liberar ventilação cruzada. Um beiral de 1,10 m à frente e outro de 2 m ao lado direito protegem as paredes e a estrutura de bambu.
“Como o terreno precisava ser escavado para obter um nível igual ao solo, ajudou para que a água da chuva que escorresse da montanha fosse desviada para um canal largo de 50 cm atrás da casa. Depois esse caminho virou uma espécie de passarela-deck de madeira para evitar a entrada de água na casa”, diz Mouton.
Por fim, o programa da Casa de Hóspedes em Paraty possui dois dormitórios, sala de estar e jantar e um banheiro.
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