Arquitetado para o evento da Casa Cor Minas Gerais 2014, o conjunto Bar/Piscina/Galeria foi desenvolvido a partir da parceria entre os escritórios BCMF Arquitetos e Mach Arquitetos para ser um mirante de onde fosse possível observar a bela vista da cidade de Nova Lima (MG).
O terreno em que o projeto arquitetônico está localizado é a área central de um condomínio local, o Villa Gaya, que reúne uma série de bangalôs com infraestrutura de hotel, os quais se abrem para a paisagem.
Com 375 m² de área construída, o conjunto Bar/Piscina/Galeria foi projetado e construído em apenas três meses. “Devido ao curto prazo de tempo, principal obstáculo encontrado na construção, consideramos uma boa saída explorar o uso de concreto e materiais naturais”, conta Bruno Campos, sócio-fundador e arquiteto do escritório BCMF Arquitetos.
Cada escritório ficou responsável por um ambiente do projeto, que resume-se a duas construções bem simples com um espaço aberto em comum. O bar é de autoria do BCMF e a galeria, do Mach Arquitetos. Ao final, devido à área livre formada pela piscina e pelo deck, as estruturas ficaram integradas, constituindo um só sistema.
“Um desenho influencia o outro, e a paisagem e o vazio acabam tendo a função de elemento estruturador”, explica Campos.
O bar consiste em um “tubo quadrado” de concreto aparente, que se projeta com 10 m de balanço sobre o talude do terreno, dando visão direta para a paisagem. No seu entorno, está a vizinhança do condomínio, que conta com uma topografia acentuada, por isso o volume horizontal foi implantado perpendicularmente às curvas de nível – no sentido norte-sul, orientação oposta à dos bangalôs –, tentando abrir o máximo de espaço livre para a piscina e o deck, que se desdobra no teto da galeria. A volumetria é simples: um prisma de 3x5x25m, contrastando com os bangalôs ao redor pela sua geometria básica e pela rigidez no uso dos materiais.
O layout interno foi projetado de maneira linear: varanda de entrada, área de espera, bar que se abre tanto para fora como para dentro e o grande salão principal, que termina em outra varanda na ponta do balanço, enquadrando a paisagem.
O arquiteto Campos explica que, no teto, a modulação da laje nervurada foi usada para uma série de zenitais “pixeladas”, que trazem luz para o miolo do ambiente, enquanto o piso é uma extensão do deck da piscina. “Os móveis simples e delicados, e a suave luz artificial das luminárias, de autoria de Ana Bahia, contrastam com a rudeza do concreto, conferindo um ar despojado e informal ao ambiente”, completa.
A galeria é o único elemento arquitetônico semienterrado em todo o Bar/Piscina/Galeria. Devido ao seu projeto de implantação, em contraponto aos volumes dos bangalôs, é possível que os visitantes tenham uma visão panorâmica da cidade. Com a criação do deck elevado sobre a laje de cobertura, em extensão natural à área da piscina, a paisagem ganha mais pontos de observações.
Existem duas caixas de concreto aparente que compõe o projeto arquitetônico: uma formada pela laje do piso e paredes, outra invertida, composta pela laje de cobertura e vigas. Já os perfis metálicos são como o apoio entre ambas, gerando uma fresta horizontal – entrada de luz que também permite ampla visão para a piscina.
Além disso, como tudo gira em torno da paisagem de Nova Lima, o percurso de acesso, em rampa, também é um elemento que permite a observação, em um jogo de revelação e ocultamento, que culmina na abertura total para a vista do vale no interior do bunker, em situação semelhante à do bar.
“Apesar de nós [BCMF Arquitetos] termos feitos o Bar e o Mach Arquitetos ter desenvolvido a Galeria, é como se tivéssemos feito tudo junto. Um projeto interfere no outro no conjunto Bar/Piscina/Galeria”, conclui o arquiteto Bruno Campos.
Escritório
Termos mais buscados