Uma agradável praça de convivência, um edifício de uso comercial, um instituto de física, um teatro digital e uma casa tombada pelo patrimônio histórico. Tudo isso faz parte do projeto Praça Pamplona, uma interessante proposta de uso misto desenhada pelo escritório KRUCHIN Arquitetura.
Localizada no bairro de Bela Vista, em São Paulo, a Praça Pamplona conta, ainda, com um bosque repleto de árvores preservadas e com um mirante de onde se pode contemplar uma bela vista da capital.
De acordo com o arquiteto Samuel Kruchin, o maior desafio do projeto foi encontrar uma compatibilização entre tipologias muito distintas. “Como projetamos tudo, desde os bancos até a torre comercial, conseguimos um desenho que unifica todos os elementos”, conta, lembrando que a única construção que já existia ali era o casarão.
Para dar início ao projeto, os arquitetos tiveram que levar em consideração a vegetação exótica que já existia no local e o paisagismo antigo que compunha a área do entorno do casarão. De acordo com Kruchin, esses elementos foram os primeiros a nortear a definição do programa da Praça Pamplona.
Além disso, a acentuada declividade do terreno possibilitou aos arquitetos acomodar uma série de níveis de estacionamentos, criar a praça de forma elevada e colocar os prédios em um plano superior, no nível da rua. “O declive ajudou a organizar a infraestrutura integrando as diversas edificações”, explica o autor.
Todas as construções deveriam manter sua independência, sem que uma se sobrepusesse à outra. Era preciso criar um diálogo favorável entre os novos edifícios e fazê-los combinar com a expressividade do antigo casarão tombado.
“O que ajudou foi termos definido um grande e longo eixo que liga as edificações, o qual também traz a sensação de que o projeto é invadido pela cidade”, explica o arquiteto. Para ele, o conjunto de edifícios não é algo para ser compreendido em sua totalidade, mas sim ao longo de um percurso.
O escritório usou técnicas diferentes para cada uma das edificações. Para a torre, eles buscaram uma aparência natural e criaram planos sucessivos e diferentes.
A proposta para o casarão era uma restauração que reproduzisse seu aspecto antigo e enfatizasse a arquitetura preservada – o que não foi tão difícil, uma vez que ele estava quase que integralmente conservado.
O teatro digital, onde se encontra um planetário, foi produto de um debate com físicos, que queriam que o prédio remetesse a questões do universo. Mas uma história interessante também norteou a sua criação. “Eu estava casualmente passeando pela praia quando encontrei uma concha do mar e imaginei a formação e o nascimento da pérola. Depois, comecei a pensar na origem dos astros e das estrelas. Assim, de forma simbólica, a edificação traz a ideia de dimensão, por isso o formato de concha”, conta Kruchin.
Por fim, o centro de pesquisa surgiu de uma associação de formas geométricas puras, como triângulos, retângulos, quadrados e círculos, remontando o sentido original da geometria. “Trata-se de uma sucessão de fragmentos conectados entre si”, explica o arquiteto.
Nas edificações da Praça Pamplona destaca-se o uso de estruturas metálicas e estruturas de concreto, aço e alvenarias portantes.
Visando o conforto térmico, os arquitetos foram criteriosos na escolha dos vidros, buscando levar em conta sua capacidade de reflexão e absorção de calor. No caso do teatro digital, a grande preocupação foi com a acústica.
Todas as edificações presentes no projeto têm iluminação natural, com exceção do teatro, que tinha a necessidade de ficar totalmente enclausurado.
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