A sede do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) foi projetada pelo escritório Bragaglia Arquitetura para tornar-se um marco arquitetônico de uma das principais vias de Florianópolis, que dá acesso à capital.
De acordo com Ricardo Bragaglia e Umberto Bragaglia, responsáveis pelo projeto, o edifício deveria evidenciar uma linguagem contemporânea desde o uso dos materiais, da composição e proposta da organização. “Articulamos a conjunção de orientação solar, sul e leste, nas principais fachadas ao uso de grandes áreas envidraçadas, brises e revestimentos em vidro branco, satisfazendo às exigências de conforto térmico, acústico e iluminação. A integração do conjunto ressalta a cor branca na maioria dos acabamentos, com os vidros das aberturas na cor verde refletivo, remetendo às cores do simbolismo cooperativo”, explicam.
A construção venceu dificuldades devido ao terreno de topografia acentuada. Na difícil implantação, o projeto foi estruturado com cortes econômicos na área escriturada, para garantir espaços maiores e mais funcionais. “A solução estrutural, com eficiência econômica em conjunto com as estabilidades das contenções e a ausência de pilares, proporcionou ao edifício plantas livres com flexibilidade de usos”. Foram utilizadas estruturas em concreto armado moldadas in loco, com lajes nervuradas em formas plásticas para a criação de vãos maiores sem vigas aparentes. Essa solução facilitou as modificações de layout e passagens de tubulações.
“Os materiais utilizados no edifício buscam criar um conjunto que une harmonia, estética, eficiência energética, acústica, durabilidade e baixa manutenção”, explicam os arquitetos. Alvenaria revestida com placas de vidro pintadas na cor branca foi utilizada nas fachadas. “As grandes áreas envidraçadas são feitas em estrutural glazing com alumínio branco e vidro refletivo, laminado com película PVB interna de alto rendimento acústico e filtragem solar. A eficiência acústica é essencial, pois o prédio está inserido em local de grande circulação de veículos e produção de ruídos”, ressaltam.
Foram instalados brises de alumínio para atenuar a incidência de raios solares e pisos de porcelanato claros nas áreas internas. A divisão dos espaços foi feita com painéis modulares em madeira dupla face com manta de isolamento acústico no miolo.
A sustentabilidade esteve presente durante toda a construção do edifício, com a otimização dos recursos, uso de materiais e tecnologia. “A escavação do terreno se fez de forma que os movimentos de terra fossem somente internos, evitando deslocamentos. Utilizamos formas estruturais plásticas reaproveitáveis para diminuir o uso de madeiras. Além dessas soluções, o edifício recebe iluminação natural e equipamentos sanitários com sistemas economizadores de água”, concluem.
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