Quando o projeto arquitetônico da Residência SF teve início, os proprietários solicitaram ao escritório Belluzo Martinhão Arquitetos uma casa térrea e cujos ambientes desfrutassem da vasta mata característica da cidade de Cotia (SP). Com receio de que as casas modernas não pudessem ser aconchegantes, eles também pediram uma construção com ares de campo, mas, quanto a isso, foram convencidos do contrário ao conhecer a proposta contemporânea apresentada pelo estúdio. Com a utilização de revestimentos ‘quentes’, como madeira, aço corten e pedra, a morada oferece o conforto esperado, sem deixar de atender as outras demandas.
O arquiteto Gustavo Martinhão comenta que a equipe enfrentou algumas dificuldades para implantar a Residência SF. A mais significante era conciliar o desejo dos moradores de desfrutar da paisagem em uma casa térrea, situada num aclive de 10 metros e, ainda assim, manter a área do jardim.
Para isso, a edificação foi implantada em uma cota alta – a sete metros do nível da rua –, sendo que a garagem e a entrada social seguem ao fundo do lote, com acesso através de uma rampa lateral. “Esse foi o grande trunfo do projeto, pois a densa vegetação da paisagem se funde com o jardim, criando uma atmosfera incrível”, afirma Martinhão. “Além disso, conseguimos inserir a residência de maneira que, em todos os ambientes sociais, é possível apreciar a vista sem nenhum impedimento”, complementa.
Por ser térrea, a casa proporciona espacialidades extremamente agradáveis, pois permite que sejam criados jardins privativos, por exemplo. Esse recurso foi adotado na suíte máster, onde, através de uma grande janela em “L”, a vegetação toma conta do quarto e cria um clima relaxante.
De acordo com Martinhão, outro ambiente valorizado da Residência SF é o escritório. “Direcionado para a melhor vista, o morador trabalha com o a mata nativa atrás do seu notebook”, descreve.
Também destaque do paisagismo, uma robusta jabuticabeira foi colocada em local estratégico. Ela é vista logo da entrada da residência, com a coloração se fundindo na mata ao fundo. Para o arquiteto, iluminada à noite, a árvore fica ainda mais deslumbrante e pode ser contemplada de todos os ambientes sociais e de lazer.
A inserção de elementos como madeira nos pisos e nas portas, aço corten nas esquadrias e pedra madeira nos revestimentos trouxe conforto, mesmo sendo um projeto claramente dotado de traços contemporâneos. “Esses materiais foram justamente escolhidos para aquecer os espaços”, explica Martinhão. Em contrapartida, as fachadas foram pintadas em tom neutro, sem excessos que fujam da proposta.
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