Elementos como tradição, confiança e sobriedade – essenciais em uma empresa de advocacia – foram muito bem representados na biblioteca empresarial do BPGM, planejado pelo FGMF Arquitetos. Neste projeto de arquitetura desenvolvido em dois pavimentos, no bairro da Vila Olímpia, em São Paulo, a biblioteca transparente e elevada torna-se o centro de tudo e mostra-se para os clientes e advogados logo na saída do elevador.
Grande, ela aparece como uma caixa retangular com cerca de 40 m², organiza a planta e os fluxos em direção às diferentes salas e transcende a simples função de um espaço feito para guardar e classificar livros. "Na reforma, o epaço ganhou importância simbólica e representa a ideologia do escritório. Por isso houve desde o início do projeto a necessidade de conciliar valores como tradição e inovação, sem comprometer a seriedade própria de uma empresa de advocacia", revela Fernando Forte.
Outra característica do ambiente repleto de significados é o fato dele ser inteiramente elevado, sem nunca tocar o chão ou as paredes. Flutuante, a bliblioteca paira a 40 centímetros da laje, fixa e segura apenas pelo teto. Além do impacto visual, o motivo da escolha por esta solução vai além da arquitetura corporativa. Os arquitetos Fernando Forte, Lourenço Gimenes e Rodrigo Marcondes Ferraz se inspiraram no próprio trabalho do advogado, cerebral em essência. "Um conhecimento abstrato que aqui apropria-se da forma etérea e flutuante", explicam os profissionais.
No centro da planta, a biblioteca representa também o conhecimento coletivo sempre à disposição dos clientes do escritório BPGM. Para explorar o interior, o design irreverente convida a circular entre as estantes dispostas como se fossem um pequeno labirinto repleto de ângulos inusitados. Os trechos ora mostram-se abertos, ora fechados.
As janelas se intercalam nas paredes de drywall do volume, às vezes presentes na parte superior, às vezes na inferior, ou simplesmente inexistentes. Assim, para quem transita pelos corredores nem sempre é possível enxergar o que se passa no interior da biblioteca. Toda essa estrutura é iluminada naturalmente durante o dia pela luz natural que atravessa primeiramente as janelas de vidro das salas radiais e, depois, as bandeiras de vidro presentes nas divisórias até alcançar o coração do andar.
Para chegar ao resultado final da construção elevada, foi necessária uma solução engenhosa. A biblioteca ostenta uma estrutura metálica composta por treliças leves e perfis, com a transferência de cargas acontecendo do centro para as bordas da laje, nos pilares de concreto originais do prédio. O espaço entre os forros recebeu um conjunto de vigas e treliças. Nesta fenda estão suspensos os componentes internos e externos da biblioteca. Todo o conjunto acaba garantindo a estabilidade da ousada arquitetura.
Todo o planejamento desse projeto começou quando o escritório FGMF foi convidado a participar de uma concorrência para o planejamento arquitetônico de dois andares da BPGM. As funções da empresa foram divididas entre os dois pavimentos, que somam mais de 500 metros quadrados de laje.
O andar maior abrigou todo o operacional, enquanto o menor dividiu-se entre a recepção, as salas de reunião, a biblioteca e o setor administrativo. No pavimento com metragem menor, na zona social, as 10 salas de reunião ocupam o perímetro, aproveitando ao máximo a vista e a iluminação proporcionada pelo edifício. Os revestimentos seguem o estilo contemporâneo, com o uso de materiais como o vidro, a madeira e a cerâmica, todos em tonalidades neutras.
Veja outro projeto corporativo do escritório FGMF Arquitetos: Casa Rex
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